Em guerra com a torcida

Batendo Bola

José Carlos de Oliveira

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Quando Alexandre Mattos deixou o Cruzeiro, depois da conquista do bicampeonato brasileiro, poucos entenderam a decisão de a diretoria azul não ter feito esforço para mantê-lo no cargo.

Mas, motivo havia para esta atitude do presidente Gilvan de Pinho Tavares. E podem se passar anos sem que se tenha uma real noção da motivação real que levou ao fim da relação entre clube e dirigente.

Possível explicação

Algumas perguntas ficaram no ar e pode ser que nunca se tenha uma resposta. Só para se ter uma noção de como era a direção de Mattos no departamento de futebol da Raposa, basta lembrar que o salário de Júlio Baptista passava da casa de um R$ 1 milhão. Quantia que nenhum clube (no Brasil) pode se dar ao luxo de pagar a atleta nenhum.

E deu no que deu. Por pouco, mas muito pouco mesmo, ele não quebrava de vez o Cruzeiro. A conta teve que ser paga nas temporadas seguintes, e todos sabem no que deu. Por um triz o time azul não foi parar na Série B. Colocar um freio nos sonhos mirabolantes do dirigente era o único caminho para sanear a casa.

Cobrança

Agora, no Palmeiras, é a torcida que está na bronca com o dirigente. Enquanto os patrocinadores e muito menos a diretoria alviverde (afinal eles nadam em dinheiro) não estão nem aí para a grana que desceu pelo ralo nas contratações que foram feitas, jogadores que chegaram e pouco acrescentaram em termos de qualidade ao grupo, mais inteligentes, os torcedores enxergaram a verdade e já não engolem mais o dirigente.

Contratações

O que uma torcida organizada do Palmeiras faz agora, cobrando de Alexandre Mattos as contratações malucas que fez, é apenas um retrato fiel de uma realidade cruel do Brasil, que só não enxerga aquele que não quer ver ou se finge de cego.

Quando um cara como o Mattos joga no “escuro” em contratações para lá de arriscadas, ele deve ter em mente que o risco será enorme. Não dando certo, como é o caso de Felipe Melo e Borba, é ele sim que será cobrado. Que suporte então as consequências.

E olha que é apenas o início. Pois pode ficar ainda pior. Se este milionário elenco alviverde ficar de fora do grupo que se garante na Libertadores no ano que vem, será um deus nos acuda, e se bobear nem na rua Mattos poderá sair.

MANGUEIRAS BRASIL

Quebrando sequência negativa

Depois de quatro jogos sem vencer em casa, finalmente o time do Galo conseguiu um resultado positivo, e de quebra contra um grande e tradicional rival. O 2 a 0 de domingo sobre o Flamengo podem até ser a energia que faltava para que o time engrene de vez e engate uma boa sequência na reta final do Campeonato Brasileiro.

E já não era sem tempo. Com o elenco que tem, o Atlético não pode e nem poderia se contentar em ser coadjuvante em nenhum torneio. Hoje, infelizmente esta não é a realidade. Como pela taça é impossível brigar, pelo menos que amenize o vexame no restante da temporada. Simples assim. Ficar entre os primeiros colocados é mais que uma obrigação, é um dever de todos na Cidade do Galo.

Mas cuidado

Mas que a vitória sobre o rival não suba à cabeça de ninguém no clube, é tudo que se quer e se pede agora. “Muita água ainda vai rolar debaixo da ponte”, e a necessidade de resultados pode ser “uma faca de dois gumes”.

Que os jogadores encarem cada partida do returno como se fosse uma decisão, o jogo da vida, é a solução possível para que o Atlético termine bem o ano.

 Punido pelo que não fez 

Na matiné de domingo, no Morumbi, o Cruzeiro acabou punido pelo que não fez: gols. Esta foi a verdade. O time foi infinitamente superior ao São Paulo, mas não soube aproveitar as oportunidades para matar o jogo e deu no eu deu. Num erro grosseiro da arbitragem, deixou escapar os três pontos.

Esta sim a única verdade. Não foi o São Paulo que venceu o jogo, foi o Cruzeiro que não soube vencer. Quanto à falha do “dono do apito” não há o que lamentar. Se o time do Mano tivesse mandado para as redes as oportunidades que criou, nem com a ajuda do juiz o tricolor paulista se daria bem. Simples assim!

Obrigação de vitória 

Agora, o que o time celeste tem que fazer é tirar lições da partida para se dar bem amanhã no duelo contra o Grêmio, jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil. Depois de poupar jogadores no final de semana, e pela campanha irregular que faz na temporada, a responsabilidade maior nesta decisão é do Cruzeiro. Bem mais que o tricolor gaúcho, a obrigação de vencer é da Raposa. E é com esta realidade que os dois times iniciam briga por mais uma final amanhã.

Hoje, o Grêmio está em melhor momento que o Cruzeiro, mas nem por isso se torna favorito. São dois times que agigantam nos momentos decisivos e num duelo entre eles tudo pode acontecer. Nem sempre o melhor preparado vence...

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