Eleições!

João Carlos Ramos

As eleições municipais deverão ocorrer em 15 de novembro de 2020 e o segundo turno, dia 29 do referido mês. A mudança foi decidida por causa da pandemia da covid-19.

Candidatos dos 5.570 municípios brasileiros disputarão as eleições para prefeito, vice-prefeito e vereadores. Até aí, tudo bem! Acontece que houve uma drástica mudança comportamental do eleitorado, tendo em vista as consequências da pandemia, como desemprego em massa, falências empresariais, alterações de hábitos alimentares e o distanciamento forçado, segundo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo meu ponto de vista, o voto terá motivação social, acima de tudo. Assim sendo, a tendência para a corrupção será obviamente maior. O mercantilismo político alcançará níveis jamais vistos e os resultados, desde já em sua imensa maioria, estão previstos. Os decepcionados com os resultados das eleições anteriores vão procurar, desesperadamente, os representantes da oposição e errarão "dois coelhos com uma cajadada só". Aqueles que procurarem consolo no voto nulo beneficiarão os candidatos propensos à proclamação da vitória. Em matéria de política, tudo corre para o mar e ele não enche...

Falar mal, infelizmente, auxilia aqueles com pouca visibilidade e fortalece seu curral eleitoral, pois as promessas veladas se intensificam. Há ainda os votos de fidelidade partidária, comprometimentos particulares etc., que somam uma parcela significativa, favorecendo candidatos, considerados fracos ou enfraquecidos, por motivos vários.  A eleição surpresa não terá espaço nessas eleições. A batalha de Waterloo foi um confronto militar ocorrido em 18 de junho de 1815, perto de Waterloo, na atual Bélgica. Esse confronto marcou o fim dos 100 dias e foi a última batalha de Napoleão Bonaparte, que foi preso e exilado na ilha de Santa Helena. Era o fim de um mito... 

Igualmente, no terreno político, a força não basta, mas é mister a astúcia, que requer tempo apropriado.

O tempo amadurece o grão e a colheita é farta. Muitos são os que pensam que sempre será como sempre foi, mas estão completamente enganados. O livre-arbítrio é como a semeadura, mas o resultado é sempre fatal: "colhemos o que semeamos".  

"O dia seguinte" é como o famoso filme, não poderemos lamentar, após a escolha errada. Haverá muito choro e ranger de dentes e, do outro lado, extrema alegria. A alegria será momentânea, pois o futuro aguarda muitas surpresas, como a dor horripilante das feridas do "fogo amigo" e os abismos sem fundo que terão que ser preenchidos.

Além disso, haverá a composição das cadeiras de ambos os poderes que podem exigir sacrifícios além do possível. O povo não aceita explicações, mas quer a todo custo obras e cargos para os amigos e familiares, mesmo contra as pregações de moralidade na função pública. O risco é muito grande, de ambos os lados, como no jogo de xadrez. Os vencedores terão grandes obstáculo pela frente, às vezes intransponíveis, e os eleitores terão que apostar, novamente, no amor que não exige regalias e nem se arrepende nunca. Os bons ficarão maus e os maus ficarão bonzinhos perante o abismo da negociação política.

Sem querer desanimar ninguém, o país estará sempre quebrado para os pobres e sempre será uma mina de diamantes para os ricos e para aquelas raposas que se unirem a eles.

Rico gosta de rico e pobre, ainda mais, na esperança de ascensão. Enquanto isso, a esquerda deita e rola, fingindo estar do lado do pobre, e a direita, pensando que o fenômeno midiático, das eleições anteriores, vai se repetir. Não nos enganemos, direita e esquerda são mãos do mesmo corpo e possuem os mesmos destinos e intenções! 

Aguardemos o dia 15 de novembro!

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