Educadores estaduais não recebem no 5º dia útil e param mais uma vez

 

Gisele Souto

A novidade na escala de pagamento do Governo de Minas, divulgada na última sexta-feira, 5, é que haverá uma diferenciação para os funcionários da Segurança Pública e da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), que receberão até R$ 3 mil na primeira parcela, marcada para a próxima sexta, 13. Os demais profissionais terão na conta até R$ 1,5 mil. Critério será adotado no pagamento da segunda parcela, prevista para o dia 25 próximo. Na terceira, agendada para o dia 31, todo o restante deverá ser depositado.

Se a forma usada nos meses anteriores já não vinha agradando aos servidores da Educação, que fizeram greve no mês passado para que o governo pagasse no 5º dia útil, agora ficou pior. Inconformados com o não atendimento do pedido e a prioridade a dois setores, eles pararam novamente.

O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) já tinha notificado o Governo do Estado, na quinta-feira, 5, informando, mais uma vez, da decisão da categoria votada no 11º Congresso Estadual, realizado de 31 de maio a 3 de junho último, que, mediante o descumprimento contínuo do pagamento dos salários no 5º dia útil do mês, os profissionais da educação iriam paralisar totalmente suas atividades.

O documento

De acordo com a notificação, os trabalhadores em educação da rede estadual iriam paralisar suas atividades a partir desta segunda-feira, 9, até o Governo do Estado efetuar o pagamento integral da primeira parcela dos salários

Informava ainda que, desde o dia 23 de abril último, a educação está em estado de greve e, com deliberação, em assembleia estadual, de paralisações sempre que a categoria considerar importante fazer as mobilizações.

— Mesmo estando em estado de greve, o Sind-UTE mantém a precaução de fazer notificações para todas as datas de paralisação — diz a notificação. 

Ações

Tanto o Sind-UTE quanto a Associação dos Professores Públicos de Minas Gerais (APPMG) ajuizaram ações para obrigar o Estado a pagar no 5º dia útil. No entanto, ainda não há decisão, mas o pedido já foi feito ao Judiciário.

Estado

A Secretaria Estadual de Fazenda (SEF) informou que, no momento, não há nenhuma alteração na escala de pagamento para pagar no 5º dia útil a servidores de nenhuma pasta. Disse também que a última parcela do pagamento de maio dos que aposentados que recebem acima de R$ 6 mil foi depositada na tarde da última sexta-feira.

Já a Secretaria de Estado de Educação (SEE) confirmou que foi notificada pelo Sind-UTE sobre a paralisação das atividades da categoria e está acompanhando a adesão ao movimento em todo o Estado, iniciado nesta segunda-feira, 9. Segundo a SEE, no balanço desta de ontem, 121 escolas informaram que paralisaram totalmente as suas atividades, de um total de 3.461 unidades escolares do Estado.

Sobre a reposição, a SEE informa que encaminhou ofício com orientação geral sobre a reposição de aulas dos dias letivos perdidos durante as paralisações e também da suspensão das atividades em quatro dias letivos em função da greve dos caminhoneiros. A partir dessa orientação geral, cada escola vai elaborar um calendário de reposição dos dias letivos perdidos, conforme a adesão de cada unidade ao movimento, com a aprovação do colegiado escolar e da SRE, de forma a garantir o cumprimento da carga horária anual dos estudantes e dos dias letivos previstos em lei.

Divinópolis

Na cidade, o Sind-UTE já iniciou a mobilização de escola em escola chamando os educadores para a paralisação. No entanto, até o fechamento desta reportagem, por volta das 16h, apenas uma escola, a Henrique Galvão, havia aderido de forma parcial.  Na Superintendência Regional de Ensino (SRE), três servidores cruzaram os braços. O sindicato acredita que o movimento deve crescer a partir de hoje.

Falso

O Sind-UTE publicou uma nota informando que está circulando em grupos de WhatsApp um arquivo com logomarca do sindicato com um suposto parecer sobre reposição do período de suspensão das aulas em decorrência da greve dos caminhoneiros.

A entidade esclarece que seu posicionamento não é feito desta forma. Quando o Sind-UTE faz qualquer orientação, ela se dá a partir do site da entidade e diálogo com as subsedes.

— A divulgação de um documento com a logomarca da entidade, no momento de ataques em que nos encontramos, tem o objetivo de confundir categoria. É uma ação de má-fé que chega a ser criminosa a divulgação em nome da entidade — diz o sindicato.

— Esclarecemos ainda que direção estadual já solicitou reunião com o Governo do Estado para tratar do calendário de 2018, visto que vários ofícios foram emitidos pela Secretaria de Estado da Educação, sem qualquer diálogo com a categoria. Os compromissos firmados pelo governo quando da suspensão temporária da greve não foram cumpridos — complementa.

 

Comentários