Divinópolis registra mais de 450 casos suspeitos de coronavírus em 24h

Nos 12 dias de janeiro já foram registradas 16 mortes por coronavírus; UTIs da rede particular estão com quase 80% de ocupação

Da Redação

Em 24h, Divinópolis registrou 461 novos casos suspeitos de coronavírus – em uma semana, desde a última terça-feira, 5, foram 2.219 novos casos notificados.

A cidade tem 30.239 casos suspeitos. A taxa de testagem, no entanto, é de apenas 20,87% e a maioria tem resultado positivo.

Dos 30.239 suspeitas, somente 6.312 foram testados: 4.497 confirmados – sendo 3.884 recuperados – , 1.767 descartados e 48 em análise.

A taxa de isolamento está em 41%, já a de letalidade da covid-19 marca 2,57%. O ritmo de contágio é de 1,11, o que significa que cada grupo de 100 pessoas contaminadas transmite o vírus para outras 111.

Ocupação

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) da rede particular estão com quase 80% de ocupação. Há três crianças internadas em enfermarias e outras três em UTIs. Veja abaixo a ocupação de cada setor no SUS e na rede suplementar.

Leitos de UTI

  Quantidade de leitos Ocupados Percentual de ocupação Disponíveis
Particular 43 34 79,1% 9
SUS 50 26 52,0% 24
Total 93 60 64,5% 33

Leitos de enfermaria

  Quantidade de leitos Ocupados Percentual de ocupação Disponíveis
Particular 71 47 66,2% 24
SUS 56 32 57,1% 24
Total 127 79 62,2% 48

Mortes

Mais duas mortes foram confirmadas nesta terça-feira, 12, e a cidade tem 117 óbitos em decorrência da covid-19 – um é investigado.

Nos 12 dias de janeiro já foram registradas 16 mortes por coronavírus.

Até o momento, o recorde de óbitos ocorreu em dezembro, que teve 21, seguido por agosto, com 18.

— Isso acaba sendo reflexo do grande aumento do número de casos que nós estamos observando nas últimas semanas. Então, quanto mais casos nós registramos, mais casos ativos possivelmente temos na cidade, mais pessoas com critério para as formas grave estão sendo expostas, mais pacientes graves na UTI e, é claro, um maior registro do número de óbitos — explicou a médica infectologista Rosângela Guedes, que atua nos hospitais São Judas e Complexo de Saúde São João de Deus.

Embora a doença seja apontada como de baixa letalidade – marcando 2,61% atualmente em Divinópolis –, essa taxa pode ser maior dependendo de alguns fatores.

— A taxa é calculada com o número de óbitos que acontece com relação ao número de casos confirmados. Mas o que as pessoas precisam entender é que essa taxa de letalidade baixa é quando eu tomo o montante de todos os pacientes infectados. Quando a gente vai considerar pacientes acima de 60 anos, essa taxa é muito superior, chega a ser mais de 14%, em pacientes com 80 anos mais de 80% — ressaltou a médica.

Rosângela Guedes destacou que o número de mortes pode ser maior do que o registrado nos boletins.

— Esse número é até subestimado, porque muitos pacientes estão evoluindo para óbito, com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que nós sabemos se tratar de uma condição de coronavírus,mas que a gente não consegue confirmar o diagnóstico antes do óbito, seja porque não houve tempo hábil para coleta do exame ou porque o exame inicial veio negativo, e exames negativos não invalidam o diagnóstico de infecção pelo coronavírus — explicou.

A maior parte das mortes é registrada entre pacientes com mais de 60 anos ou com comorbidades, no entanto, há registros de óbitos de jovens e até mesmo de crianças.

— O registro de óbitos de crianças em Divinópolis foram de crianças não do município, mas que foram assistidas aqui, de cidades vizinhas — afirmou a médica.

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