Divinópolis na onda verde, mas alerta continua

Secretário destaca importância de manutenção das medidas de prevenção

Da Redação

Divinópolis vive relativa estabilidade diante da pandemia causada pelo coronavírus. A cidade completa duas semanas na onda verde do programa estadual Minas Consciente. Os cuidados, alerta o secretário de Saúde (Semusa), Amarildo Sousa, devem ser mantidos para evitar uma piora do cenário e, consequentemente, a regressão de onda, haja vista a expectativa de “um longo período de pandemia”.

Melhora

Em entrevista ao Agora, o secretário explicou a melhoria dos índices na cidade.

— Nós caímos, nos indicadores que são medidos pelo programa Minas Consciente, quatro pontos devido a alguns índices nossos que estão em queda: taxa de infecção, ocupação e o índice de isolamento. Isso nos permitiu ficar na onda verde nessa duas semanas e a gente espera que permaneça — comentou.

Reconhecendo a importância da abertura dos setores na cidade, o responsável pela pasta destacou a necessidade de respeito às normas de prevenção.

— Do ponto de vista de saúde econômica do município e do estado, é interessante, mas a gente tem que estar na onda verde permanecendo com os cuidados. Agora a gente não fala mais do isolamento da população inteira, o isolamento é para as pessoas sintomáticas, com síndrome gripal, dor de cabeça, febre… Está com gripe? Fique isolado por 14 dias. Os demais estão liberados para frequentar os espaços sociais, mas mantendo o distanciamento social, de dois metros, o uso da máscara, lavagem das mãos com água e sabão constantemente ‒ não sendo possível, com álcool em gel — explica.

Apesar das orientações, em alguns espaços, o controle das aglomerações e dos contatos físicos tem se mostrado complicado.

— O grande problema enfrentado agora é porque dentro dos ambientes comerciais é possível controlar essas medidas. O dono de uma loja, de um restaurante pode exigir que o cliente cumpra as exigências ou não atendê-lo. Nos casos dos bares, das festas particulares, com venda de ingresso, é mais difícil. As pessoas bebem, perdem a noção do horário e dos cuidados, e começam a abraçar, dividir copo… Vai para um evento social, um barzinho? Desde a hora que você chegar até ir embora, mantenha o distanciamento, sempre que puder usando a máscara e lavando as mãos — orienta.

Escolas

Apesar de a onda verde ser o último estágio de flexibilização, as escolas ainda sofrem obstáculos judiciais e estruturais. O secretário de saúde cita que, no momento, a secretaria trabalha para preparar a rede municipal para receber os alunos.

— Nossa rede municipal ainda está sendo adaptada. Não é simples, são muitas escolas. O maior efetivo de escolas são as municipais. Não é simples adaptar essas estruturas antigas, que não foram construídas e preparadas para uma pandemia, então demora realmente um tempo. (...) As aulas presenciais só vão retornar quando estivermos 100% seguros, com a estrutura física das escolas preparada — afirmou.

Ele ainda comentou que as particulares podem funcionar, mas precisam da autorização do órgão.

— As estaduais estão suspensas porque o Estado já anunciou que será para o ano que vem. Para a rede particular, nós criamos nossos protocolos, em que 18 unidades tiveram seus protocolos aprovados — contou.

Amarildo, porém, cita que houve uma liminar emitida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) em resposta ao sindicato dos professores e, por isso, cabe aos responsáveis solucionar esse detalhe.

Saia de casa… E se vacine

O isolamento social, cumprido de forma mais rigorosa no início da pandemia, tirou as pessoas das ruas. Apesar do ato ter contribuído para evitar o agravamento da crise, muitos cidadãos deixaram de comparecer às unidades de saúde e se vacinarem.

— Tivemos um fenômeno de baixa cobertura vacinal de todas as vacinas, sarampo, poliomielite… A pandemia fez com que as pessoas ficassem em casa e descuidassem dessas vacinas que já eram do calendário normal — relata.

Por isso, para recuperar o tempo, o Ministério da Saúde declarou campanha de vacinação até o fim do ano.

— Eu peço a todos que observem o cartão de vacinação da criança, o seu próprio, e, se tiver alguma em falta, procure a unidade de saúde porque estamos em campanha de vacinação até o fim do ano para aumentar essa cobertura — declarou.

Por fim, o secretário ainda solicitou aos divinopolitanos cuidados referentes à dengue, para evitar um outra pandemia.

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