Dias decisivos

 

Os dias decisivos chegaram. A princípio, duas semanas decisivas. Os quinze dias em que os brasileiros mostrarão se vão ou não superar o coronavírus. O Ministério da Saúde diz que o pico do vírus será entre 6 e 20 de abril, e a única forma, o único meio que os brasileiros tem de evitar este surto é se isolando dentro de casa. Esta é a semana em que o povo brasileiro mostrará se é forte ou não, se combateu o bom combate. 

Apesar de sanitaristas, dos exemplos de outros países, como a Itália, e dos constantes avisos dos governos, algumas pessoas ainda insistem em minimizar o Covid-19. Insistem em dizer que tudo isso não passa de histeria, de exagero, e que as consequências das paralisações serão mais catastróficas que o vírus em si, e isso é mais que estarrecedor. As milhares de mortes na Itália, na China, e que já estão acontecendo no Brasil, causadas pelo coronavírus, não são suficientes para que algumas pessoas liguem o alerta e se juntem àqueles que estão fazendo a sua parte cumprindo a quarentena. 

Alguém disse, e não há como discordar, “aos nossos avós foi pedido que fossem à guerra, a nós está sendo pedido para que fiquemos no sofá, e mesmo assim tem gente que não está dando conta de fazer”. Todos sabem e já se preparam para a crise que virá após o Covid-19, afinal, ela é inevitável. Mas, a situação não é exclusiva de um ou outro, é uma crise que atingirá a todos. Os dias difíceis estão longe de ir embora, mas para que seja possível se recuperar da crise, antes de tudo, é preciso estar vivo. Pois, falido você se recupera, morto não. 

Muito fala-se em união neste momento decisivo para o Brasil, mas o que ainda se vê em Divinópolis são lojas abertas, empresários protegendo seus bolsos e colocando vida de seus funcionários em risco. As operações de fiscais da Prefeitura com apoio da Policia Militar, no fim de semana, comprovaram isso. Se, por um lado, o coronavírus mostrou o que de melhor alguns seres humanos tinham, por outro confirmou a podridão de alguns. Quanto custa uma vida? R$ 40? O valor de um dia trabalhado? Os problemas virão, mas uma nação que enfrenta um vírus mortal não enfrenta outra crise econômica? 

Para evitar que centenas de pessoas morram em um só dia, como na Itália, o Brasil só precisa de uma atitude: todos em casa. Para que os médicos não tenham que escolher entre quem morre e quem vive, o país só precisa de um pequeno gesto: o isolamento por apenas alguns dias. E, para aqueles que sequer têm saneamento básico, que foram esquecidos pelo poder público,  o que se espera é que haja união e doação. De nada valerá se uma nação estiver morta, doente e com sequelas. 

Um sacrifício agora que não terá preço depois. É chegado o momento da prova. Da verdadeira união. De deixar os discursos bonitos de lado e partir para a ação. É chegado o momento de fechar as portas, unir forças para enfrentar a próxima crise que está por vir. Se o povo vencer o Covid-19, nada será capaz de detê-lo. Tudo se tornará pequeno diante esse povo que é gigante pela própria natureza. Chegou a hora de seguir para a batalha final com a nossa principal arma: a nossa casa. 

 

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