Devagar com o andor

Está mais provado do que nunca que o Estado está quebrado. O ex-governador, Fernando Pimentel (PT) jogou a culpa em seu antecessor Antônio Anastasia (PSDB), e agora é a vez de Romeu Zema (Novo) fazer o mesmo. Mas com razão. Neste caso, os dois estão corretos. Pegaram um Estado com dívida ‘impagável’, a fraca gestão de Pimentel e as dificuldades que Zema já enfrenta, comprovam isso. Porém, há de se convir que os dois se candidataram já sabendo o que os esperavam: um Estado com os cofres vazios, e muitas, mas muitas dívidas mesmo. O Governo do PT, não deu conta. Se faltou dinheiro, faltou também jogo de cintura e sobrou desorganização. Poderia ter terminado melhor. Porém, é passado. Já passou, agora é hora de apostar e confiar também. Isso mesmo. Afinal, Romeu Zema não trabalhou nem dez dias ainda em seu mandato. O que se vê é muita reclamação, protestos, acusações, mas ninguém aponta um caminho, sugere uma “mágica” para que o atual governador consiga pelo menos, tentar colocar a casa em ordem. É difícil? Demais. Talvez, impossível. No entanto, não há outra coisa a se fazer no momento, não ser tentar. De um jeito ou de outro, a gestão vai começar a tomar forma, esta é a expectativa. Mas, para isso, é preciso dar tempo ao tempo. Não se consegue sair de uma situação extremamente complicada, da noite para o dia. É fundamental que o voto de confiança seja mantido e que a paciência seja mais do que nunca adotada neste momento.

Para refrescar a memória de alguns, a dívida com as prefeituras chega na ordem dos R$ 12,3 bilhões. Além disso, existem atrasos nos repasses ao Ipsemg, falta de transferências aos bancos que concedem empréstimos consignados aos servidores, salários dos servidores parcelados e o 13° salário atrasado. Uma situação tão crítica como esta faria qualquer um desistir, antes mesmo de começar a disputa. Porém, Zema se julga capaz de tocar o Estado, e mais: tirá-lo da lama.  E sua história de vida o coloca com esta capacidade, não há dúvidas.

Claro que o servidor quer mesmo é receber seu  salário e 13°. E está certo,  lutou muito, deu o seu melhor para isso. Eles têm razão também em dizer que explicações e promessas não pagam as contas. Mais uma vez estão cobertos de razão. Mas que tal ser só mais um pouco tolerante? Afinal, a crise não foi criada pelo atual governador e é nosso dever como cidadãos também ajudá-lo nesta difícil missão. Então, “devagar com o andor porque o santo é de barro”.

 

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