Deu calo nos olhos

José Carlos de Oliveira

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Estão matando o futebol brasileiro, dia após dia. Esta de jogar pelo resultado, com treinadores escalando seus times com o único objetivo de marcar os adversários e evitar as derrotas, sem se preocupar em vencer, jogar no rumo do gol, já está é enchendo o saco de todo torcedor que se respeita. Não dá mais para engolir este engodo, não, e necessário se torna que apareça alguém para dar um basta nessa aberração.

Medo de vencer

Aqui pelas bandas do Brasil, que outrora jogava o melhor futebol do mundo, os treinadores preferem agora, para preservar seus empregos, jogar para não perder. Esquecem que o objetivo do jogo de futebol é o gol, e quem marca é que vence a partida, e não aquele que evita que sua meta seja vazada. É tudo tão simples... E mesmo assim os caras insistem em fazer ao contrário. É! Por aqui, o medo de vencer transformou todos em derrotados.

Êta joguinho ruim

E foi isso que se viu na tarde-noite do último sábado, na final histórica da Copa Libertadores 2020, entre Palmeiras e Santos, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, num duelo que tinha tudo para ser o jogo do século no futebol brasileiro, pois reunia duas equipes nacionais na decisão do mais importante torneio do continente. Mas não foi isso que se viu nos pouco mais de 90 minutos de bola rolando. O medo de vencer transformou a partida no pior espetáculo da terra, num joguinho que deu calo nos olhos e preguiça a quem acompanhou a final pela TV.

Tirando as duas torcidas envolvidas na disputa, a partida não agradou a ninguém mesmo e entra para a história como uma final para ser esquecida.

Renegados

E falando na final de sábado entre os dois times paulistas, os dois atletas que protagonizaram o lance do único gol do jogo, já na prorrogação, tiveram passagens pela Toca da Raposa e foram renegados pelos homens que dirigiam o clube estrelado à época. 

É por essas e outras que o Cruzeiro está como está hoje, com problemas dentro e fora de campo. Tudo fruto de administrações amadoras, com dirigentes que olhavam somente para o próprio umbigo, sem dar a mínima para o futuro do clube que diziam torcer e amar.

Ainda dá para sonhar?

O “Eu Acredito” nunca esteve tão vivo para os lados da Massa atleticana, depois de mais uma vitória do time do coração no Campeonato Brasileiro, 2 a 0 sobre o Fortaleza na tarde de domingo. E o sonho segue vivo mais pelo resultado em si do que propriamente pelo futebol apresentado pelo time, que mostrou apenas para o gasto, mas o suficiente para vencer e renovar as esperanças da torcida.

Com os três pontos somados, o Atlético assumiu provisoriamente (dependia do resultado do jogo do Flamengo contra o Sport, na Ilha do Retiro, ontem à noite) a segunda colocação na tabela e segue na luta pelo sonhado Bi do Brasileirão. As probabilidades de título continuam remotas, mas neste maluco Brasileirão 2020 tudo pode acontecer, faltando ainda cinco rodadas para seu final.

Tabela favorável

E o atleticano tem um bom motivo para continuar sonhando. Além de ter elenco e técnico capacitados, o Galo conta na reta final do nacional com uma tabela totalmente favorável para o seu lado. Se fizer direitinho o dever de casa, a virada é, sim, possível de acontecer. Dos cinco duelos restantes, o Atlético pega três times da parte menos nobre da tabela (Goiás fora, Bahia em casa e Sport fora), um que briga por Libertadores (Fluminense, fora) e o Palmeiras, em casa, na última rodada ‒ com boas chances de o adversário paulista jogar apenas para cumprir tabela, já que é o campeão da Libertadores e tem vaga garantida na próxima edição do torneio continental. Além disso, nesta rodada, faltarão apenas quatro dias para o Porco entrar em campo na decisão da Copa do Brasil.

Não há favorito

E pelo que este campeonato tem mostrado ao longo das rodadas, não há como se cravar um favorito, e nem mesmo o torcedor colorado, que viu seu time dar uma arrancada nas últimas rodadas, pode festejar o título por antecipação. Ele mesmo já viveu altos e baixos durante a competição e tem mais que colocar as barbas de molho. E, tirando o São Paulo ‒ que de favorito passou a ser a maior decepção, vivendo crise interna com demissão de treinador e saída de dirigente ‒, os demais concorrentes brigarão pela taça jogo a jogo e tudo pode acontecer na reta final.

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