Despedir chega a doer

Welber Skaull

  

Foram quase 4 anos a trabalhar, vários desafios a se ultrapassar, era preciso criar, às vezes reinventar e pouco espaço para se improvisar. E como eu não sou de recuar, estava ali, para a frente do Museu Histórico tomar. Precisava de em algum ponto iniciar, entender como as coisas ali estavam a funcionar, não teve transição ou alguém para o serviço me passar, aprendi muito com a Dade, que entendia bem o lugar, uma auxiliar de serviço que até exposição sabia montar, sua dedicação e empenho são de se admirar, e não importa se é ou não sua função, precisou? A Dade estava ali para ajudar. A primeira exposição era para marcar, falamos da imprensa e como o aniversário da cidade vinha se noticiar, como eram muitas matérias, nos primeiros cinquenta anos viemos a recortar. Foi um sucesso, foi incrível e lindo de se experimentar, mas era um pequeno passo perto do que tinha que empreitar. Já pensava na próxima e queria ouvir o que as pessoas tinham para contar, que tipo de exposição o museu deveria apresentar, e foi aí que a ferrovia e sua história vieram a me encantar. Muitos ex-ferroviários vieram a colaborar, com suas histórias e causos a contar, mais uma vez a cidade veio prestigiar. Tantas coisas para lembrar, que nem sei como desligar, com certeza alguém vai faltar, mas faço questão de ressaltar, a oportunidade que o Vladimir e o Bernardo a mim vieram a dar, aprendi mais do que tinha a ensinar, conheci mais do que poderia imaginar e a ajuda da Dade, da Cátia, seu Antônio, entre outros, não poderia deixar de registrar. Pois sozinho não somos nada, sempre tem alguém a mais para somar.  

E a cada nova exposição, o Museu se destacava na mídia, internet e televisão, os temas variavam, moda, desenvolvimento, arte e religião. Algumas delas, foram como uma explosão, como a da Esmeralda Fidélis, que conta a história da confecção, a do Brigadeiro Cabral sobre a Aviação, outras também tiveram grande repercussão, como as do Paschoalino, Edward Pereira e Zélia Brandão.  Parceiros como a Uemg, com seus projetos de extensão, a Unifenas, com sua feira, e a Faced, de diversas formas, também deram sua contribuição. Sem esquecer da UFSJ que, com o inverno cultural, fez sua intervenção.  Foram dezenas de países, todos os estados e centenas de cidades que registraram sua visitação.

Ainda não sei como vai ser, acordar aos domingos e não ir ao Museu para as pessoas receber, Música no Museu com Plano Piloto ou Acordes do Monte para ouvir ou Cia Borandá para se ver.  Eram uns exemplos do que tinha para entreter. Tomara que continuem com esses projetos a fazer, não importa quem assumirá o Museu, a mim resta positivamente torcer, para que continuem as boas coisas desenvolver, a cidade merece ali movimentado, com arte cultura e lazer. E não sou eu quem irei ao próximo gestor desmerecer, se precisar de minha ajuda, com certeza, vai ter, mas tenho de confessar, despedir chega a doer.  ([email protected])

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