Designer divinopolitano lança coleção em BH

 

 Gabriel Rodrigues 

O professor e designer de moda Rodrigo Bessa lançou no último sábado, 2, a coleção “Reiniciar: desconstruir para construir”, durante o evento Movimento Moda Contemporânea Mineira, em Belo Horizonte. O estilista apresentou os looks com beneficiamentos, estampas digitais e bordados industriais exclusivos; que remetem a desconstrução do processo criativo, como: tesouras, linhas, pontos, marcações e riscos de moldes; e fazem analogia com a experiência de vida do criador.

De forma poética, na década de 80, Rodrigo Bessa nasceu na pequena fábrica de jeans dos seus pais, a empresa Jiros, que ainda continua em funcionamento no polo confeccionista de Divinópolis. Aos 7 anos, já ajudava na produção das peças, no corte de etiquetas e arremate dos produtos. Aos 12, era vendedor de uma das lojas da família; e com 16, começou a desenhar junto com a modelista e a decifrar os difíceis mapas de riscos da revista Moda Molde, que apresentava nas capas e nos conteúdos as celebridades vestidas com peças do modismo – e estes eram copiados para atender o mercado fast fashion.

Estilista e professor de moda do Cefet e da Faculdade Divinópolis – Faced, Rodrigo Bessa revela que a temática “Reiniciar” parte da ideia da desconstrução das peças nas formas geométricas do vestuário, sendo o diferencial da coleção o design de superfície, em especial os beneficiamentos, a estamparia digital e o bordado industrial em tecidos como Brim, Neoprene, Malha Crepe e Malha PV.

– Vale ressaltar que a “desconstrução e construção” estão relacionados com os processos criativos da criação, modelagem e prototipagem do design de moda, ou seja, o conceito remete o dia a dia do designer e demais profissionais, partindo das reflexões e experiências de vida do criador da coleção – explica Rodrigo.

 Cores e formas 

Ainda de acordo com Rodrigo Bessa, a cartela de cor da coleção é formada por “preto”, que representa ausência de luz, conflitos internos do criador, que serão “desconstruídos”. A cor cinza faz alusão às incertezas da realidade mercadológica do modismo versus insights dos processos criativos. Em contraste, o “branco”, que representa a luz, as ideias, a criação, as possibilidades de mudanças, através da “construção” de uma moda autoral.

A modelagem de algumas peças traz a discussão do agênero e outras foram criadas a partir do processo da valorização da mão de obra local e técnicas de alfaiataria.

– Assim, os moldes em questão também remetem o conceito “Reiniciar: desconstruir para Construir“, com a finalidade de criação de um design autoral focado no Slow fashion – finaliza.

 

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