Crescem votos inválidos e abstenções

 

Maria Tereza Oliveira

Os mineiros escolheram Romeu Zema (Novo) e Jair Messias Bolsonaro (PSL) para governar o estado e o país, respectivamente. Após três meses de campanha, o processo de escolha em Divinópolis foi tranquilo e o resultado acompanhou o padrão de votação do restante do Brasil. Os dois mais uma vez tiveram votação expressiva em Divinópolis e região.

Em clima monótono e tranquilo, como era esperado, a votação na cidade ocorreu sem grandes complicações.

Em relação ao 1º turno, alguns mesários foram dispensados, devido ao grau mais simples de dificuldade.

Resultados

Em nível de Brasil, Jair Bolsonaro obteve 55,13% dos votos válidos, o que equivale a 57.797.847 votos e, com isso venceu Fernando Haddad (PT), que teve 44,87% dos votos válidos, o equivalente à 47.040.906 votos.

No país, 2.486.593 eleitores votaram em branco e 8.608.105 anularam o voto para presidente.

Romeu Zema se tornou governador com 71,80% dos votos válidos, o equivalente à 6.963.806 votos. Seu adversário, Antonio Anastasia (PSDB) obteve 28,20%, o que equivale a 2.734.452 votos.

No estado, 476.476 eleitores votaram em branco e 1.889.549 anularam o voto para governador.

Em Minas Gerais, o 2º maior colégio eleitoral do país, Bolsonaro teve votação expressiva. Com 58,19% dos votos válidos, o equivalente a 6.100.196 votos, o candidato da extrema direita conseguiu vencer seu adversário no estado.  O PT não perdia em Minas há cerca de 20 anos.

Fernando Malta foi o principal coordenador da campanha de Bolsonaro no Centro-Oeste. Em entrevista ao Agora, ele disse esperar progresso para o Brasil.

— Eu iniciei há pouco mais de dois anos um contato com um grupo do PSL, fui convidado para ser coordenador da campanha. Mostramos o porquê Bolsonaro seria a melhor opção para o país — opinou.

Malta lembra também que o fato de os dois candidatos terem sido bem votados na cidade e região aumenta suas responsabilidades.

— Não tenho dúvidas de que seremos contemplados pelos dois governos. Nossa cidade está a ver navios há muito tempo. Somos cidade polo, temos muito o que mostrar e crescer. Obras importantes como o hospital regional, precisam sair do papel — enfatiza.

Haddad também foi bem votado no Estado e teve 41,81% dos votos válidos, o equivalente a 4.383.099 votos.

Em Minas 309.050 eleitores votaram em branco e 1.275.157 anularam o voto para presidente.

Votação na cidade

Com um dos mais importantes colégios eleitoral do estado, Divinópolis conta com 528 seções eleitorais. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a maioria do eleitorado da cidade é formada por mulheres. São 163.331 eleitores, sendo que 86.652 (53,1%) são mulheres e 76.679 (46,9%) são homens.

Na disputa para a presidência, Bolsonaro venceu com larga vantagem na cidade. O candidato do PSL conseguiu 65,17% dos votos válidos, que corresponde a 77.001 votos. Fernando Haddad teve 34,83% dos votos válidos, ou seja, 41.154 votos.

4.305 pessoas votaram em branco, enquanto 13.740 resolveram anular o voto para presidente.

Na corrida para o governo estadual, o divinopolitano preferiu novamente no segundo turno, Romeu Zema. O candidato do Novo conseguiu se conectar com a população da cidade, graças à campanha do 1º turno, concentrada no interior do estado. Zema chegou a visitar Divinópolis três vezes antes do  pleito e o resultado disso pode ser visto nas urnas. Zema teve 82,67% dos votos válidos, o que equivale a 93.261 votos.

O ex-governador Antonio Anastasia conseguiu 17,33% dos votos válidos, o que equivale a 19.550 votos.

Os brancos somam 5.463 votos, enquanto os nulos, 17.888 votos para governador.

Nem um, nem outro

As eleições presidenciais deste ano foram marcadas pela polarização política. Com isso, muitas pessoas não conseguiram se decidir entre os dois candidatos, o que justifica a quantidade de votos nulos, brancos, nulos e abstenções.

Em Divinópolis, dentre os 163.331 eleitores aptos a votar, 27.169 votantes deixaram de votar neste pleito. Somado ao número de nulos (4.305) e nulos (13.740) são 45.214 votos a menos na disputa presidencial.

No 1º turno, foram 5.488 votos brancos e 9.745 votos nulos, que somados às abstenções resulta em 42.047 votos “desperdiçados”. Na ocasião, Eduardo Print Jr. (SD) que foi candidato a deputado estadual, lamentou o fato e disse que a quantia seria suficiente para eleger mais deputados pela cidade.

A nível nacional, mais de 11 milhões de eleitores votaram em branco e nulo no 2º turno. A quantidade equivale à população de Portugal.

A quantia equivale a 9,5% do eleitorado. Os brancos e nulos poderiam ter mudado o destino da eleição, caso tivessem optado pelo candidato do PT, ou dariam uma vitória mais folgada ao candidato do PSL.

Maior do que os brancos e nulos, a quantidade de pessoas que se abstiveram foi de 31 milhões, o que equivale a 21,30% do eleitorado.

Esse é o maior índice desde a redemocratização do país. Na comparação com as eleições presidenciais de 2014, houve pequeno avanço na soma entre brancos e nulos. Naquele ano, foram 9,64%. No mesmo pleito foram 19,39% de faltosos, o equivalente a mais de 27 milhões de pessoas. 

Complicações

No maior colégio eleitoral da cidade, a Escola Estadual Martin Cyprien, no bairro São José, houve uma irregularidade. O quadro de uma das salas, usada como seção eleitoral, havia escrito uma manifestação a favor de um presidenciável.

A mensagem foi escrita com giz da mesma escola. Por lei, no dia do pleito é proibida a manifestação de qualquer tipo nos locais de votação. Ninguém foi detido pela infração.

De acordo com a Justiça Eleitoral quatro urnas eletrônicas apresentaram problemas em Divinópolis. Todas foram substituídas com sucesso.

 

 

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