Conhecereis a verdade mesmo? Sério?

Domingos Sávio Calixto

Em 8 de março deste ano, o presidente cubano Miguel Díaz Canel anunciou – em sua conta no Twitter – que o medicamento “Interferón alfa 2B” estaria sendo usado com sucesso na China contra a nova modalidade de gripe causado pelo Covid-19. Trata-se de um medicamento produzido pela indústria chino-cubana ChangHeber, desenvolvido a partir de  uma proteína integrante do sistema imunológico, cuja função seria combater a infecção viral. A posologia já era usada para tratamento de doenças como HIV e dengue, funcionando com a capacidade de impedir a replicação do vírus mediante a estimulação de genes.

            Ora, seria realmente uma notícia digna de celebração efusiva, mas não nos esqueçamos de que vivemos na era da pós-verdade, das fake news e das mentiras oficiais e, infelizmente, muitos elementos surgiram para impedir a confirmação da real segurança desta informação.

De certa forma, não há como acreditar em muita coisa diante do atual Regime e ele mesmo estimula isto. Sim, o atual Regime é o maior responsável pelo sentimento de descrédito junto aos aparelhos e dispositivos midiáticos, os quais estruturam tempos medievais com uma nova idade das trevas em pleno século XXI, apresentando tenebrosos inquisidores e promovendo queima da informação em (ba)canais ao esmo herético de caldeirões (!) e bruxarias noticiosas, como terroristas comunistas disfarçados de médicos cubanos (...).

            Não há como acreditar na mass media por conta de suas táticas de tortura do livre pensar, as quais deixariam Torquemada, Eymerich ou Bernardo Guy orgulhosos. Até mesmo meros “esclarecimentos oficiais” para a população foram devidamente trancafiados em masmorras silenciosas, onde padecem por não terem a quem, nem como confessarem. Não há liderança, não há organização nem mesmo dentro dos líderes do Regime – infectados ou desinfectados – e ninguém se apresenta com autoridade para informar ou esclarecer.

            Veja(?)-se o caso da rede de televisão CNN, de chegada recente ao Brasil (15 de março) sob amplo apoio do atual Regime. Seria um “projeto político” de informação – quiçá uma alternativa salvadora – com início das atividades já na pantomima da avenida Paulista. A Cable News Network é uma marca licenciada pelos americanos (again!) da Turner e será comandada no Brasil por um jornalista chamado Douglas Tavolaro, ex-vice-presidente de jornalismo da Record (sim!).

            Ocorre que, além da estranheza da grande monta de dinheiro envolvido, outra estranheza (ou não) é o tal jornalista Tavolaro (e sócio) chefe da emissora CNN ter sido subordinado a Edir Macedo (sim, de novo!) durante 17 anos, inclusive sendo coautor da biografia do bispo neopentecostal. Parece que Tavaloro não é bem um parente de Edir Macedo, mas quase isso. Ocorre ainda mais outra estranheza, pois a própria Record já havia tentado o licenciamento da marca CNN em 2016, sem êxito.

            Ungida ou não pelas oportunidades dos cassinos do destino, verdade (ou não) é que a instalada CNN começa acompanhando o movimento na avenida Paulista pelo fechamento do STF e do Congresso (nada de grave) no domingo, 15. E foi logo não informando – claro – e entrevistando pessoas do Regime que deveriam estar em suas casas contribuindo com a saúde pública, mas quem se importa com a saúde de alguém em tempos onde não se pode acreditar em quase nada? Um milagre, quem sabe.

 

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