Cobrança exagerada

José Carlos de Oliveira

A nova diretoria do Guarani, comandada agora por Nivaldo Batista, o ex-zagueiro Araújo, que fez história no futebol mineiro defendendo a camisa 3 do Alvirrubro, assumiu o comando do clube há menos de dois meses e já sofre na pele as cobranças de parte dos torcedores e da imprensa.

Tudo bem que algumas decisões impensadas da nova diretoria, como idas e vindas e verdades que não duraram nem 24 horas, contribuíram para instalar um clima de desconfiança sobre os novos dirigentes, mas só que a cobrança subiu um tom por demais alto, sem dar ao presidente e seus colegas de diretoria a oportunidade de mostrar ao que vieram.

Dar tempo

É certo que este é o papel da imprensa e dos torcedores que amam o clube: cobrar para que as coisas sejam feitas da melhor forma possível, para que o Bugre se dê bem no restante da temporada. Mas que o tom das críticas foi alto demais em cima de quem começa agora seu trabalho, isso foi. E o que é pior: sem dar a eles (os novos dirigentes) a chance de mostrar seu trabalho. Nada que era anunciado caía no agrado de uma parte dos críticos.

E é aí que está o maior erro. Se queremos realmente o bem do Bugre, temos que apoiar sempre, esperar para ver o que será apresentado no estadual e cobrar quando chegar a hora certa, sem deixar, no entanto, que as coisas desandem de vez. Mas criticar apenas por criticar, para ser do contra, ser oposição, não é e nem nunca será o melhor caminho.

Por mais que os novos dirigentes tenham tomado decisões que não foram do agrado de todos, mesmo assim merecem um voto de confiança, porque é apenas o começo de um trabalho, e erros e acertos farão parte da rotina no Farião ainda por um bom tempo.

Apontar soluções

E tem mais. Se querem criticar, que mostrem os erros, mas apontem também o caminho. Se mostrem dispostos a contribuir com o novo Guarani que começa a ser armado no estádio do Porto Velho, dentro e fora das quatro linhas.

A família Morais (Gilson e Vinicius) fez a parte dela com competência, entregando para Araújo a casa com o alicerce pronto, e cabe agora ao novo presidente dar prosseguimento à reestruturação do Guarani, como ele realmente faz por merecer como um dos maiores clubes do interior de Minas Gerais.

E isso somente será possível se a cidade abraçar o time e o clube. Se for para cobrar, que se apontem também soluções.

E vamos que vamos, Guarani hoje e sempre!!!

Mostrando a cara

No fim de semana – ainda sem a presença da torcida – a nova cara do Guarani começou a ser mostrada para Divinópolis, em  jogo-treino frente o time do Betim Futebol, com derrota por 2 a 1 para os comandados de Antônio Freitas. 

E o resultado nem é o que importa nesta hora, o importante é que, ao contrário do que afirmavam alguns, o Guarani já tem, sim, uma cara, sem ser ela aquela “Brastemp”, mas já com time titular e reservas para irem a campo na partida do dia 10, no retorno do futebol aos campos do interior mineiro. 

Pagar para ver

Enfrentando um time já montado e com uma espinha dorsal pronta, o Bugre até que mostrou que tirou algum proveito destes dias de preparação. Ainda não é a equipe da volta do Mineiro, mas o novo elenco já tem uma cara, e temos agora é que pagar para ver como fica. Fazer nossa parte, apoiando os 11 que entrarem em campo, e ficar na torcida para que tudo vá bem com o novo Bugre no restante da temporada.

Esperança sempre

Ainda não dá para se fazer apostas, e quem afirma isso ou aquilo do novo Guarani estará dando uma de Mãe Dinah, mas tenho para mim que, se o time se sentir abraçado pela torcida e pela cidade, pode, sim, fazer um bom resto de Módulo II e quem sabe festejar no fim do ano o retorno à elite do futebol das Minas Gerais.

A esperança é sempre a maior possível e ficamos na torcida para que tudo vá bem com o Bugre. O que não pode acontecer, de forma alguma, é jogar para baixo, matar o time na véspera. Este não é e nem nunca será o melhor caminho.

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