Cenário definido

Preto no Branco 

Fim das convenções e deu o que já era esperado. O  maior número de candidatos à Prefeitura na história de Divinópolis. Nada mais, nada menos que nove chapas – incluindo a do atual prefeito e pré-candidato, Galileu Machado (MDB) – vão brigar pela principal cadeira do Município. Errado? De jeito nenhum. Afinal, trata-se de um processo democrático. No entanto,  em Divinópolis – onde é de praxe ter candidato demais e eleitor de menos – nunca se chegou a um número tão expressivo. A partir do próximo dia 26, quando termina o prazo para homologações das candidaturas, começa de fato a corrida e, neste caso, chegar em primeiro lugar não vai depender apenas de esforço físico, mas muita saliva e um poder de convencimento gigantesco.

Surpresa no fim

Durante toda a preparação para as convenções, um fato chamou atenção: a saga pelo vice. Boa parte deixou para a última hora. Neste sentido, Galileu Machado foi o campeão deles. O chefe do Executivo anunciou e, causou surpresa, nos minutos finais, ao escolher Cleo Dnar Mesquita Júnior como companheiro de chapa. Bastante conhecido nos últimos anos por ser o fundador do “Bloco do Cléo”, nomeado na Prefeitura, foi exonerado há cerca de três meses. Em seu lugar, assumiu sua esposa, que é servidora. Causou surpresa no meio político porque eram cotados políticos aliados do prefeito/pré-candidato, como o vereador Renato Ferreira (PSDB) e seu líder na Câmara, Eduardo Print Júnior, do mesmo partido. A tática usada por Galileu, a quem não falta experiência política, enganou muita gente. Se dará resultado? Só as urnas dirão.

A vez delas 

Outra situação que também é inédita é a quantidade de mulheres envolvidas na corrida rumo à Prefeitura. Da mesma forma que a cidade é conhecida por ter muitos candidatos, é também por ter poucas representantes do sexo feminino nos Poderes Executivo e Legislativo. Para se ter uma ideia, durante toda a trajetória das legislaturas divinopolitanas, apenas quatro fizeram parte da história. Uma delas, Janete Aparecida (PSC), única entre os atuais 17 vereadores. Porém já está se despedindo da Casa, visto que está entre as mulheres que estão na disputa no Executivo. É vice do pré-candidato do seu partido, Gleidson Azevedo, e está entre as cinco envolvidas no processo, que tem ainda: Laiz Soares (SD), com a sua vice, Giovana Garrôcho, mesma sigla; Maria Helena (PT), também que tem uma companheira de chapa, Camila Lacerda (PC do B); e Andreia Rabelo (PDT) que está na disputa ao lado de Marquinho Clementino (Republicanos). Será que, finalmente, elas vieram para ficar? Se depender da competência, luta e vontade de trabalhar, pode ter certeza que sim.

Fim de privilégios

O chamado alto escalão do funcionalismo público está na mira de deputados dispostos a ampliar o alcance da reforma administrativa, que prevê alterações na forma como os servidores públicos são contratados, promovidos e demitidos. Mudanças como limitar as férias de todos os agentes públicos a 30 dias por ano, inclusive para juízes, além do fim de privilégios, como aposentadoria compulsória como punição para quem já está trabalhando, estão entre as emendas ao texto que devem ser incluídas na tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Será que finalmente haverá justiça em tamanha desigualdade ou mais uma vez promessas, muitas vezes impossíveis de serem cumpridas, já são lançadas objetivando 2022? E olha que nem as eleições 2020 foram realizadas ainda.

Não para agora

Como tudo neste país tem um propósito interesseiro, as emendas propostas não afetariam o atual alto escalação dos outros Poderes. Vão valer para quem entrar no serviço público a partir da eventual promulgação da PEC, caso as emendas sejam incluídas. Entregue há cerca de duas semanas, após longa espera, o texto do governo foi considerado acanhado por alguns parlamentares. Um dos motivos alegados por eles é que juízes, promotores, procuradores, desembargadores, deputados e senadores ficaram de fora das mudanças propostas.  O que fez o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), assegurar que as emendas abrem caminho para incluir o Judiciário e o Ministério Público ao debate. Como eu penso igual a São Thomé, “só acredito, vendo”!

E daí?

Como eles jamais fazem algo que os prejudique, os parlamentares ficaram de fora porque são cargos políticos eletivos, com duração fixa (oito ano para senadores e quatro anos para deputados federais e estaduais e vereadores). A pergunta é: e daí que não são cargos fixos? O tempo que passam neles, ganhando uma fortuna, juntando salário mais o resto, corresponde a muito mais do que um servidor que tem anos a perder de vista em um cargo público. A maioria da população que paga esses valores exorbitantes jamais verá um dinheiro desse em toda a sua vida. Ah! Me engana que eu gosto!

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