Cenário de guerra

Preto no Branco 

É bem isso que, lamentavelmente, se vê nas ruas de Belo Horizonte depois das fortes chuvas que castigam a capital mineira nos últimos dias. Asfalto arrancado, carros levados pelas correntezas e engolidos pelos buracos, crateras abertas por toda a cidade, casas desmoronadas e muitas mortes. As pessoas parecem não acreditar no que veem. A lama insiste em continuar fazendo parte de cenários trágicos na nossa querida e amada Minas Gerais.

É para todos

O que antes se via em estados como o Rio de Janeiro, composto em sua maior parte por terrenos altos, típico de locais onde se tem mar, está cada vez mais perto da gente. E a destruição não afetou somente os bairros periféricos, onde existem os grandes riscos. Desta vez, a fúria da natureza não perdoou nem regiões nobres, compostas em sua maioria por prédios e imóveis com maior resistência. O que está acontecendo? Talvez seja um recado de que o homem já foi longe demais.

Interior também

Há anos não se via situação parecida no estado. Para se ter uma ideia, municípios do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, regiões onde habitualmente chove pouco, também sofrem as consequências da quantidade de água. O rio Doce e a Zona da Mata mineira são as localidades do interior que mais vêm sofrendo com o aguaceiro. Até quando pautaremos a imprensa do país com as catástrofes da chuva? Não se sabe, até porque as previsões meteorológicas são preocupantes. Até lá, salve-se quem puder e, principalmente, tiver condições!

Para comemorar

Pelo menos por enquanto sim. Apesar desta chuvarada toda, principalmente a do último fim de semana, mais de 200 milímetros, os divinopolitanos têm motivos para comemorar. Não se registrou na cidade ocorrências graves, exceto, é claro, as duas mortes em consequência deste grande volume de água que caiu, previsto para mais de um mês. Dois idosos morreram, um devido a um desabamento e outro afogado dentro de um carro que caiu em um córrego. Motivos para relaxar? De jeito nenhum! A Defesa Civil e outros órgãos de segurança trabalham duro na prevenção para evitar que vivamos as mesmas cenas de outras cidades. A população deveria fazer o mesmo, evitando jogar lixo e entulho nas ruas, nos córregos e nos rios Itapecerica e Pará.

Diversos danos

Se Divinópolis não teve grandes transtornos, não se pode dizer o mesmo de outras cidades da região. Somente entre os dias 24 e 28 últimos, o 10° Batalhão, que é responsável por mais de 55 municípios do Centro-Oeste, atendeu 253 ocorrências causadas, exclusivamente, em decorrência do alto volume de água acumulada. Entre elas, resgates em situações de riscos de desabamento, enchente, inundação, além dos chamados relacionados a quedas e vistorias em árvores. Assim como a Defesa Civil, devido aos volumes de chuva esperados para os próximos dias, os Bombeiros trabalham incansavelmente na  prevenção, realizando vistorias nas áreas de risco e monitoramento do nível dos rios da região. A população, sem dúvida, agradece. 

Faz bem

Para quem dá e, principalmente, para quem recebe em um momento como este. É preciso se solidarizar com inúmeras pessoas que perderam tudo, menos a esperança. Para este fim, o Serviço Social Autônomo (Servas) iniciou nesta semana a campanha de arrecadação de donativos que serão distribuídos às famílias atingidas em Minas. Podem ser doados alimentos não perecíveis, água, cobertores, colchões, roupas de cama e banho, além de itens de higiene pessoal. Quem estiver fora de Belo Horizonte pode levar os itens aos quartéis e batalhões da Polícia Militar (PM). O povo mineiro é naturalmente caridoso e com certeza fará a diferença neste momento.

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