Casamento infeliz

O atual casamento de Galileu Machado com a Prefeitura tem-lhe causado muitos dissabores. A eles e a quem ele representa, ou seja, quem mora por aqui ou depende da boa vontade do chefe de governo. Acostumado ao tempo de vacas magras, onde atrasar pagamentos poderia se refletir em pontes e viadutos, Galileu se deu mau nesta quarta rodada prefeitural. Sem dinheiro para quase nada, o atual prefeito não é o mesmo homem. E não é questão de idade, boa vontade e trabalho. Nada disso tem pesado para que a atual administração fique inerte, e calando muita gente que tanto mal falou de Vladimir.

Este...

...também por falta de dinheiro, viveu a sua crise, deixou o governo com algumas dívidas e sem possibilidade de arrecadar o possível para manter a estabilidade do barco. Sem ter de onde tirar o possível para manter uma linha aérea regular para Campinas, optou pela parte mais fácil, ou seja, deixar que a Socicam abandonasse o posto, levando todos os aparelhos necessários para que os voos tão duramente conseguidos continuassem.

Faltou boa vontade?

Faltou, sim. Faltou visão administrativa? Também. O certo é que, sem seus principais assessores, o “véio” parece meio perdido neste labirinto em que se tornou Divinópolis, uma cidade para ser administrada por quem tem tutano, saúde, ideias, vigor e talento. Foi aquela cidadezinha de cento e poucos mil habitantes. Hoje, com mais de 230 mil, os problemas não dobraram apenas, foram multiplicados e ninguém sozinho e só com boa vontade consegue administrá-la. A Prefeitura ao assumir a tarefa de administrar o Aeroporto Brigadeiro Cabral, deveria ter feito isso desde o ano passado, tivesse por lá mentes iluminadas e que costumam enxergar depois da esquina. Daí que Cajuru está levando, de graça, algumas boas indústrias daqui, e o que é pior, ninguém tem feito nada. Ou se tem, não fala, não espalha e nem compartilha nas redes sociais. A Azul, que não tem nada com isso, se... foi!

Deve ser muito bom...

...ser presidente da República! Pelo número de candidatos à vaga de Temer, deverão concorrer algo em torno de 20 nomes, alguns bons, outros mais ou menos e uns nem mais e nem menos. Alckmin, pelo PSDB, parece se destacar com um pouco mais de firmeza entre os demais, pois, além de já ter sido candidato, foi prefeito de São Paulo por quatro vezes e está deixando o poder para se arriscar. É um nome muito forte, sem acusações graves e sai bem cotado do governo.

Já os outros...

Dos outros que já se apresentaram, Alvaro Dias é um bom nome, seguido de Ciro Gomes e Fernando Collor, que tenta ser a fênix do momento. Ainda faltam os nomes do MDB (Temer ou Meirelles), do PT (Fernando Haddad) e do PSB (Joaquim Barbosa). Este último teria sido eleito presidente se lançado há quatro anos, agora, meio esquecido, pode ser uma surpresa. Os prováveis finalistas serão Alckmin e Jair Bolsonaro, que vem costurando muito bem a sua candidatura com um discurso anticorrupção e pela possibilidade de armar pessoas para a defesa pessoal e de suas terras.

Os políticos tradicionais...

...descartam o nome de Bolsonaro para torná-lo inofensivo. Só que ele ainda não se lançou, não gastou nem um tostão na campanha e está em primeiro lugar em todas as pesquisas de opinião. Seu discurso é simples e radical no que deseja: é de direita, defende o princípio da igualdade dos direitos e gosta de dizer o que o brasileiro também gosta de ouvir: “bandido bom é bandido preso”. E nada de auxílio para a família do vagabundo, do assassino etc, costuma dizer, recebendo aplausos. Lembra muito Collor de Mello quando ganhou a presidência com a promessa de “caça aos marajás do serviço público”. Seus assessores não estavam preparados para isto nem para roubar com a turma de Lula, que ficou mais ou menos escondido por 14 anos até ir para o xadrez em Curitiba.

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