Carnaval, sua história deixa saudade

Welber Tonhá 

O Carnaval em Divinópolis sempre foi marcado por alegria, mistura e muita criatividade. Desde antes mesmo de ser a cidade Henrique Galvão e depois Divinópolis, o Bloco da Primavera, em 1910, criado por Adolpho Machado, José Cirino e Joaquim Bigode, já registrava a folia pelas ruas centrais.

Logo veio o cordão do Sabino em 1912 e o Boi do Sabino em seguida. Pouco depois, a tradicional festa despertou as casas noturnas e clubes como K-Samba, Mocambo do Saudoso Ivan Silva e o Divinópolis Clube, primeiros a organizarem bailes de carnaval. Nos anos 1960, os blocos de rua começaram a se formar e dar origem às escolas de samba que tornaram o desfile uma competição saudável e alegre, mas uma competição. Escolas de Samba que marcaram história foram Os Metralhas, Unidos do Guarani, Unidos da Vila, Unidos do Divino, Escola do Estrela do Oeste Clube ‒ regida pelo visionário José Alonso ‒, além de outras como a tradicional Tupy do Nono e da Dona Horalda. Os reis momos por aqui começaram a reinar em 1935, quando Halim Souki foi escolhido o rei momo da cidade, depois vieram Tio Nelson e o Baleia e outros tantos. Outro nome que a história guarda com saudade é do professor e carnavalesco Jorginho Miranda.

Livro

A história de Divinópolis tem registradas importantes contribuições sobre o Carnaval. Uma dessas boas lembranças recentes é o baile de máscaras de Zélia Brandão, que por 15 anos manteve a magia das festas de Carnaval com marchinhas e máscaras criativas. Zélia tem recebido inúmeros pedidos para retomar seu baile quando a pandemia passar, eu mesmo sou uma das vozes que clamam por isso. Se vai voltar não sei, apenas espero e torço por isso, mas uma coisa é certa, os registros feitos por Luiz Fotógrafo de todos os seus bailes estarão em um livro a ser lançado ainda neste ano pela editora Patrimônio das Letras. 

Seguindo o tema desta semana na coluna, para aqueles que gostam de uma leitura interessante, a Boutique do Livro nos indica “Metrópole à Beira-mar: O Rio moderno dos anos 20”, de Ruy Castro, que fala bastante do Carnaval carioca após o fim da pandemia de gripe Espanhola. E para aqueles que gostam de prestigiar os autores de nossa cidade, o romance “1972 – Feliz por um Bis”, de Otávio Paiva, o Cuca. O livro fala da cidade, as vivências do autor, e, dentre os assuntos, o Carnaval é muito lembrado. 

Blocos

Os blocos de Carnaval retomaram a vida com o Bloco do Cléo, que no primeiro ano movimentou a cidade, provocando a criação de outros blocos como o Haja Amor, Bloco do Samba, Bloco do Cipó, entre outros, que nos últimos anos fizeram a cidade efervescer alegria. Além desses que seguem a linha tradicional dos blocos, um que considero original e diferente, é o Bloco dos Caveiras, que consegue tocar só rock and roll com instrumentos de escola de samba. Os clássicos do rock mundial ganham vida sob a regência de Daniel Penido e gestão de Renato. Seu QG é no Zeppelin Music Beer.

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Welber Tonhá e Silva 

Historiador, escritor, pesquisador, fotógrafo e fazedor cultural.

Instagram: @welbertonha

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