Camelódromo I (22/11/2019)

Já disse que sou contra o Camelódromo funcionar na rua São Paulo, assim como também sugeri que seguisse os exemplos de Belo Horizonte, São Paulo e até mesmo Nova Iorque: essas cidades fecham parte de sua mais movimentada avenida e fazem uma feira ou aos sábados ou aos domingos. Em nenhuma desses municípios há o que se vê na rua São Paulo na “Princesinha do Oeste”. Para produtos como os que são vendidos aqui no Camelódromo, Belo Horizonte tem a região do Oiapoque, e São Paulo, a rua 25 de Março. Já Nova Iorque tem uma legislação rígida em relação a produtos chineses, não sendo fácil adquiri-los como no Brasil. Volto a defender a solução encontrada pelos grandes centros: feiras aos sábados e/ou domingos com fechamento de uma avenida movimentada, e durante a semana lojas em boxes, como os do Shopping Uai, em frente ao Camelódromo.

Camelódromo II

Pois bem, sou contra o fechamento da rua, mas não sou contra a livre iniciativa. Sou a favor da limpeza da rua, mas não da forma que o Executivo Municipal quer. Se já ficou até agora, impedi-los de estar ali durante o mês de dezembro é desumano. Todos eles, sem exceção, adquiriram produtos confiando nas vendas de Natal. Todos têm contas a pagar referentes a essas mercadorias, e sem falar que, se não todos, a maioria tem família para sustentar. Arrancar-lhes o sustento e ainda deixá-los endividados chega a ser desumano. O resultado disso pode ser trágico, pois não podemos desconsiderar como a decisão atingirá a cada um deles. Sugiro que se aguarde até fim de janeiro. Já esperamos tanto que esperar mais um pouquinho não fará diferença para os demais cidadãos e representará muito para esses trabalhadores, arrimos de família, no que se refere à proteção ao trabalhador e ao respeito ao princípio da dignidade humana.

Servidor público

O governo federal quer, através de uma Reforma Administrativa, acabar com a estabilidade do servidor público. Primeiramente, é preciso esclarecer que o servidor público, ao contrário do trabalhador da iniciativa privada, não tem rescisão trabalhista, assim como não têm Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e nem seguro-desemprego. Renunciaram a tudo isso em nome da estabilidade. Se perderem o emprego, nada terão para receber, a não ser o saldo de salário. E mais, sabe-se que, mesmo com a estabilidade, muitos são vítimas de perseguição, na base do “sabe com quem você está falando?”. Sem a estabilidade, o que poderá lhes acontecer? E mais, se forem demitidos, sem justa causa como ocorre com o trabalhador da iniciativa privada, haverá a rescisão com direito a receber o mesmo que a iniciativa privada? Quantos bilhões não custarão tais demissões aos cofres públicos? Entendo que não temos nem maturidade e nem dinheiro para tal façanha. É comprometer as contas públicas, sem qualquer garantia de melhora na qualidade do serviço público. A legislação já prevê punição para os que agem ao arrepio da lei. E mais: o país tem outras urgências. Pense nisso, senhor presidente!

Eleições 2020

A proximidade das eleições municipais de 2020 continua trazendo mais interrogações do que certezas. E uma questão, entre tantas outras perguntas, acaba ressoando mais forte a partir de agora: quem serão os candidatos à Prefeitura de Divinópolis? Apesar da curiosidade sobre os possíveis nomes que podem aparecer no pleito, a pergunta mais pertinente talvez devesse ser outra: de que perfil de prefeito Divinópolis precisa? É hora de o eleitor mais engajado deixar de lado as picuinhas das mídias sociais, os conflitos entre direita e esquerda, liberalismo e conservadorismo, para refletir com maturidade sobre o cenário político de Divinópolis.

Gestor privado?

Temos percebido, nos últimos anos, um desgaste da figura do político tradicional, que tem grande capacidade de articulação e quase nenhuma de gestão e execução. Assim, surgiu outro modelo, no extremo oposto, com a figura do gestor da iniciativa privada, avesso aos meandros da política tradicional, mas que, quando cai de paraquedas na política, é que nota o tamanho do rombo e a impossibilidade de se gerenciar a máquina pública como se fosse uma empresa: governo nenhum tem como funcionar como uma empresa, isso ainda é impossível.

Gestão eficiente

Diante dessa contextualização, cabe uma reflexão sobre um perfil de administrador capaz de reunir o viés da gestão eficiente com a articulação política inerente a qualquer cargo eletivo. E a virtude está bem no meio: precisamos de um prefeito que saiba administrar com foco em resultado, que saiba organizar e gerir as finanças e o orçamento de forma efetiva, mas que saiba também dialogar com a comunidade e as várias frentes do jogo político, sem se render às tradicionais coalizões que só visam fisiologismo, nomeações e obtenção de vantagens pessoais.

Boa política

Precisamos de um candidato que não seja político, mas que saiba fazer a boa política. Felizmente, entre os nomes que já começam a surgir, existe um que merece atenção: o do contabilista e empresário Breno Clementino, da Breno Contábil. Trata-se de um nome inusitado que hoje já figura entre os possíveis candidatos, apesar de ainda ser reticente sobre uma possível candidatura. Mas é notório que temos na figura do Breno um empresário bem sucedido, que soube gerenciar bem seus negócios, e que reúne outras virtudes e qualidades importantes, como a lisura, a qualificação (ele tem pós-graduação em gestão pública), pleno conhecimento de gestão financeira (que é o grande gargalo hoje da Prefeitura) e da legislação em vigor, além de ser um bom articulador, capaz de dialogar e aglutinar lideranças, como já vem fazendo como presidente da Associação Comunitária para Assuntos de Segurança Pública (Acasp). Pode ser uma boa alternativa, num momento crucial para a Prefeitura de Divinópolis, que vem sangrando há anos, enquanto poucos grupos da antiga política vêm se revezando no poder.

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