Bom senso

Preto no Branco 

Ter aprovado a emenda de autoria da vereadora Janete Aparecida (PSB), que modificou o projeto da Mesa Diretora sobre a redução dos subsídios dos vereadores, de forma rápida e tranquila, não esconde a feiura da primeira reunião. O desfecho favorável à sugestão da vereadora foi ontem, por 13 votos a três. Com poucos “chiliques” e, enfim, bom senso, por um momento, a Casa Legislativa, deu exemplo de civilidade. Muito diferente de quinta-feira passada, quando “cabaré” é pouco para nomear o que foi visto na reunião, se é que pode ser chamado assim.   

Equivalem-se

A saída dos vereadores do Plenário no primeiro encontro que tratou da questão foi só um dos fatos lamentáveis registrados durante as cerca de quatro horas de discussão. Teve de tudo que valeria muito mais espaço em um “vale a pena ver de novo”. Por ora, vale mesmo é comparar ao que viria no dia seguinte: desta vez em nível nacional, apenas retratando o que acontece no dia a dia dos bastidores da política em todos os níveis. Episódios lamentáveis que só acabam com a reputação do Brasil mundo afora, mas não os suficiente para abrir os olhos da população que segue como? Cega, surda e muda. 

 

10 de diferença 

Com pensamentos parecidos, os vereadores Carlos Eduardo Magalhães (Republicanos) e Matheus Costa (CDN) votaram contrários à redução dos 25%; queriam que permanecesse a proposta original, que cravava o subsídios em um salário mínimo. Já Dr. Delano não concordou com nenhum tipo de corte, alegando a diferença de qualificação entre os 17 que ocupam cadeiras na Casa. No entanto, foram votos vencidos por uma boa diferença, 10. Com a aprovação, cada um deles, terá R$ 3.044 a menos a partir da próxima legislatura. O que significa economia de quase R$ 52 mil por mês e em torno de R$ 660 mil anualmente. Montante que, se for bem aplicado, com certeza, fará uma grande diferença para os desassistidos, independente da área carente.

Para 2020?

E se depender de outra proposta de Janete Aparecida, boa parte deste valor pode aliviar os cofres da Prefeitura e começar a beneficiar os divinopolitanos é para já. Logo após a votação, a vereadora revelou que já protocolou um projeto de emenda à Lei Orgânica de Divinópolis prevendo o mesmo corte para a atual legislatura e novas reduções de gastos e investimentos do Poder Legislativo. Especialistas no assunto afirmam inconstitucionalidade na proposta – com validade apenas para a próxima legislatura – mas a vereadora garante ter feito todas as consultas estando embasada em termos legais. Tomara. Visto que promessas neste sentido “morreram de velhas”, ninguém nunca deu a mínima. Agora, em ano eleitoral, tudo mudou de figura. Além disso, é bom para aqueles que tiverem o gostinho de serem reeleitos irem sentindo na pele, ou melhor, no bolso, este pequeno desfalque. 

‘Motivos políticos’

Depois que o caldo entornou de vez, deputados que são delegados federais e compõem a bancada do PSL apresentaram uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com mudanças na escolha do diretor geral da Polícia Federal (PF). Nota divulgada pelo partido revela que o motivo da proposta é o impasse que resultou na demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que saiu do governo após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) trocar o comando geral da instituição por “motivos políticos”, conforme acusou Moro. E nem precisava ele delatar. Existe alguma coisa neste país que não seja feita por motivação política? Se alguém souber, sinta-se à vontade para se manifestar.  

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