Aviso aos navegantes

Antônio de Oliveira 

Hoje em dia, através da mídia, falada e escrita, jornais, revistas, redes sociais, o noticiário tem dado ênfase à política. Infelizmente, porém, acompanhado do nada se fez, nada se faz, nada se faça, nada se fará sem propina e sem fome de cargos. Não existe representatividade, senão representatividade corporativa. O povo é uma sombra, embora acolhedora, pois é árvore que dá cobertura aos gastos públicos diante do pedestal do foro privilegiado. A democracia deixou de ser divisa de um partido sequer. Não há pureza de intenções, muito menos vontade política de atender às necessidades da população, que vive se virando ou se vira para sobreviver ou se vira como pode. A corrupção tomou conta. Nenhum político abre mão de privilégios por eles mesmos aprovados. Difícil passar o país a limpo. A inflação continua. Para piorar a situação, burocracia e proliferação de taxas. 

O povo tem sua parcela de responsabilidade, pois elege e reelege corruptos. Anos depois do início da operação Lava-Jato, nenhum político foi condenado no STF. Grandes empresários têm culpa. Mas muitos deles estão indo para a cadeia. Por falar em cadeia, nossos presídios se transformaram em gaiolas de sentenciados, gerando incontida revolta e refinamento de ações criminosas planejadas e comandadas por detentos.  

A bola da vez é a Previdência, mas o regime de aposentadorias especiais continua intocável... O Brasil carece de um mea-culpa das autoridades e de um começar de novo. Nossas instituições podem estar funcionando, mas estão carcomidas. E quem sou eu para dizer essas coisas? Apenas estou tentando resumir o que se ouve nas ruas, no comércio, nos botecos, nas escolas. E nos hospitais públicos. Aí o paciente, em estado lastimável, nem tem condições de lastimar, de reclamar, mesmo que seja reclamar por reclamar. Não se trata de seguir a máxima “Si haygobierno, soy contra”. É que todos estamos na mesma embarcação de pau-brasil indo a pique. 

[email protected] 

 

 

Comentários