As ‘peças’ que o futebol prega
José Carlos de Oliveira
As três maiores ligas de futebol do mundo ‒ que reúnem os clubes mais ricos e os melhores jogadores do planeta bola ‒ estão fora das semifinais Liga dos Campeões. Espanha, Itália e Inglaterra não classificaram nenhuma equipe para as fases decisivas do torneio mais importante do continente Europeu: a Uefa Champions League. Desde que a competição foi remodelada, em 1993, esta será a primeira vez que ingleses, espanhóis e italianos ficam de fora da briga por título.
Semifinalista
Apenas times franceses e alemães figuram entre os semifinalistas da Champions League nesta temporada, com o duelo entre a equipe de Neymar (PSG) e os alemães do RB Leipzig hoje à tarde. Amanhã se enfrentam o francês Lyon e o Bayern de Munique, da Alemanha.
Surpresas
Se a classificação da jovem equipe do RB Leipzig ‒ equipe alemã ligada à multinacional Red Bull e que tem apenas sete anos de vida (foi fundada em maio de 2013) ‒ é uma das boas surpresas da competição, o fato de Real Madrid e Barcelona terem ficado pelo caminho mexeu com torcedores de todos os continentes, principalmente pela maneira com que o todo poderoso Barcelona foi eliminado, com humilhante goleada por 8 tentos a 2, para o Bayern.
Fim de um ciclo
Nesta semana chega ao fim todo um ciclo (foram quatro legislaturas) da família Morais (Gilson e Vinicius, da Mangueiras Brasil) à frente do Guarani. Foram anos de lutas diárias para resgatar o nome do Bugre de Porto Velho, praticamente desfigurado em gestões anteriores, que deixaram um rastro de dívidas que impossibilitou aos dirigentes levar adiante todos os projetos que tinham para o clube.
Mas se em campo Vinicius Morais deixa o Alvirrubro no Módulo II, nos bastidores ele sai com a cabeça erguida de quem deu o seu melhor e fez um excelente trabalho, deixando a casa arrumada para seu sucessor.
Grande legado
Mas, além de sanear a situação financeira do Bugre, pagando dívidas de dirigentes do passado, o maior legado que Gilson e Vinicius deixam para o clube foi a volta das categorias de base, que já há alguns anos voltaram a dar alegrias aos torcedores, algo que praticamente havia sido eliminado da vida do Bugre por gestões anteriores. E isto é algo, sim, a ser festejado e que não pode ser deixado de lado pelos próximos diretores.
Seguir em frente
Cabe agora a Nivaldo Batista, o Araújo, valorizar as boas coisas que foram feitas pelos Morais, seguir com as contas em dia e tratar de não enxergar além do próprio umbigo, para não assumir despesas que não possa cumprir. É trabalhar com os pés no chão nas finanças, e não deixar que as categorias de base sejam novamente relegadas a um segundo plano.
Um até logo?
A família Morais encerra todo um ciclo à frente dos destinos do Alvirrubro, mas sai com o coração na mão, triste por não ter realizado todos os seus sonhos à frente do clube, mas satisfeita por ter dado o seu melhor em todos estes anos, contribuindo para que o clube possa escrever lindas histórias no futuro.
E como a ninguém é dado o dom do futuro, nada impede que um dia possa voltar e terminar todo o trabalho que iniciou. Agora, apenas como torcedores que amam e vivem o dia a dia do Bugre, tenho certeza de que não negará ajuda aos futuros dirigentes, se estes assim entenderem e tiverem a humildade de solicitar apoio.
E que siga sempre para frente o Guarani, independente de quem ocupe a presidência do clube. Avante, Bugre, hoje e em todo o sempre e que o amanhã seja sempre melhor que o hoje...