Alimentação e bebidas registram leve aumento

Alta se deu após recuo; IPCA-15 foi para 0,31% em janeiro

Jorge Guimarães 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,31% em janeiro e ficou 0,12 ponto percentual acima da taxa de dezembro (0,19%). Este foi o IPCA-15 mais baixo para os meses de janeiro desde 1994, quando foi criado o Plano Real. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice desceu para 5,94%, ficando abaixo dos 6,58% registrados nos 12 meses anteriores. Em janeiro de 2016, a taxa foi 0,92%. Esses números foram publicados na quinta-feira, 19, em pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  

Após recuar no segundo semestre de 2016, o grupo alimentação e bebidas voltou a subir: 0,28%. A pressão veio dos alimentos consumidos em casa, que subiram para 0,21%, após a significativa queda de 0,45% em dezembro. Ainda que os aumentos não tenham se mostrado generalizados, os preços de alguns produtos subiram bastante, como óleo de soja (8,04%), farinha de mandioca (4,53%) e ovos (3,10%). Outros produtos, cujos preços vinham caindo, desaceleram, como batata inglesa, feijão carioca e leite longa vida. 

Cada um do seu jeito  

Para o especialista em finanças Célio Tavares, cada pessoa sente a inflação de uma forma, dependendo do quanto ganha e do tipo de produto que consome.  

— Por exemplo, os aposentados sentem mais devido ao uso de medicamentos, outros por diversos fatores condizentes com o seu modo de vida. Mas esses números do IBGE são surpreendentes, pois, normalmente, nesta época do ano, toda a alimentação sofre uma alta considerável. Assim, os números estão abaixo de anos anteriores, e neste sobe e desce de preços, pois tem itens que sofrem aumentos e outros diminuem, perfazendo assim a média da inflação neste período — analisou Célio Tavares. 

A dona de casa Kênia Silva diz que sentiu mais a alta nos itens leite e derivados, pois, além dela gostar de queijo, tem ainda duas crianças em fase de crescimento.  

— Lá em casa, tive de trocar de marcas várias vezes em se tratando de leite e iogurtes, pois meus filhos gostam muito. Na época em que o longa vida chegou aos R$ 4, tive de contrabalancear com o leite de saquinho. Quanto ao queijo, me contive, agora só compro de vez enquanto, ou quando aparece uma promoção — conta.   

Preços  

Nos itens citados pela pesquisa do IBGE, as gôndolas registram o resultado da pesquisa. Ontem, em uma loja de supermercado, na cidade, o óleo de soja estava com uma pequena variação de preço, entre R$ 3,89 e R$ 3,99, a farinha de mandioca era comercializada a R$ 4,79 e os ovos eram vendidos a dúzia a R$ 4,99. Registram baixa a batata, vendida a R$ 0,99 e o leite longa vida com variação de R$ 2,15 a R$ 2,58.  

— Esse mix de preços é que pode fazer o consumidor ganhar ou perder. Aí entra sempre a velha pesquisa de preços. Produtos com preços aumentando e outros diminuindo sempre vai existir, o bom é o consumidor fazer uma média durante a compra — avaliou o gerente Sérgio Antônio. 

 

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