Adriana X vereador

Bob Clementino

A ignorância dos fatos pode ter feito com que o vereador Edson Sousa (MDB) cometesse uma injustiça contra uma mulher, mãe e profissional ilibada. Explico: chegou ao jornal Agora uma denúncia anônima contra o vereador Edson. Tratava-se de uma denúncia, explorando uma possível contradição do vereador, autor do pedido da CPI do IPTU, e que o jornal publicou, por erro, na coluna  assinada pela advogada Adriana Ferreira. O texto que Adriana enviou para o jornal publicar na sexta-feira (17/05/19) não fazia qualquer menção ao vereador Edson Sousa; apenas analisava o governo Galileu Machado.

Diante deste erro, a direção chamou ao jornal o advogado do vereador e lhe explicou que a colunista havia sido vítima da desatenção de alguém da redação do Agora.  Por sua vez, a colunista, assim que se deu conta do ocorrido, imediatamente tentou falar com o vereador Edson Sousa para inteirá-lo da situação e como não conseguiu, enviou mensagens via WhatsApp, justificando o episódio. Para se mostrar verdadeira, Adriana Ferreira postou a explicação até mesmo de forma pública, pelas redes sociais, marcando o vereador.  Ao que parece, não alcançou o objetivo.

O vereador usou a Tribuna Livre da Câmara e disse entre outras coisas que a colunista atacou sua honra, sua família de “forma ilegal, leviana e irresponsável.”

A essa altura, a direção de redação do jornal já havia garantido ao advogado do edil e a ele próprio, que o texto publicado na coluna de Adriana não era de sua autoria e que saiu ali por erro. Assim se deram os fatos, envolvendo os personagens vereador Edson e a advogada Adriana. O leitor pode tirar suas particulares conclusões para apontar quem, no caso, foi imprudente. Na minha opinião, nada que um franco diálogo informal, mediado por terceiros, possa finalizar, de maneira satisfatória a ambos, com os pedidos de desculpa que forem cabíveis.

Galileu e a reeleição

O poder é inebriante e parece ter um efeito parecido ao consumo de álcool, toldando a capacidade cognitiva de um político de distinguir o que é bom para ele ou o que é ruim. E este poder inebriante há muito, certamente atingiu o prefeito Galileu Machado (MDB) que, quer mais mandatos.

Reeleição de Galileu é possível?

Se de fato o atual alcaide for disputar a reeleição, o fará aos 88 anos. "Tem chance?" me perguntam. O impossível, diz o ditado popular, “é Deus errar”. Fora isso tudo é possível. Galileu tem um eleitorado cativo que gira em torno de 30 mil votos. Não sei por qual fenômeno, mas a verdade é que este número não cai, apesar da lenda urbana dizer que seu eleitorado não renova. Parece-me que os pais, que são os maiores influenciadores de votos, transferem para os filhos esta devoção ao Galileu.

Histórico eleitoral de Galileu

Em 1996, na disputa pela Prefeitura, Domingos Sávio (PSDB), foi eleito com 41.422 votos. E Galileu obteve 31.607 votos. Na eleição de 2004, Demetrius Pereira (PTB) foi eleito com 69.502 votos e Galileu 45.184 votos. Na eleição de 2008, Vladimir Azevedo (PSDB) foi eleito com 48.653 votos e Galileu recebeu 34.042 votos. Em 2012, Vladimir Azevedo foi reeleito com 43.545 votos e Galileu foi derrotado com 35.209 votos. Como se pode ver Galileu mesmo sendo derrotado nestas eleições, sua votação nunca ficou abaixo dos 30 mil votos.

Reeleição de Galileu é possível!

Cada eleição tem sua história. Se formos analisar as chances de Galileu Machado se reeleger no atual contexto administrativo, elas seriam mínimas. Mas, a população está propensa a entender que o Governo Galileu é vítima da política nefasta do governador Fernando Pimentel (PT) que reteve nos cofres do Estado R$ 120 milhões a que a Prefeitura de Divinópolis tem direito. Mostrar isso para o eleitorado não é tarefa difícil para um bom marqueteiro.

Ademais, é preciso analisar o quadro eleitoral. Ora, voto válido em 2020 deve aproximar de 112 mil. Portanto, se tivermos cinco ou seis candidatos a prefeito, o postulante a vaga que tem mais de 30 mil votos (fidelizados tem  muita chance de ganhar a  cadeira de prefeito. Teses!

Xeque mate

Toda esta análise precisará ser revista se governador Zema (NOVO) liberar os R$ 120 milhões retidos nos cofres do Estado e os despejar na Prefeitura. A cidade vai virar um canteiro de obras e Galileu se fortalecerá.

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