A grande oportunidade chamada fraqueza

Israel Leocádio  

Olá! Como vai? Esta tem sido uma pergunta difícil de responder, para muitos, em nossos dias. Um simples ‘como vai’ tem sido gatilho para que emoções negativas e pensamentos ruins nos dominem. Mas, desejo motivar você a ter uma atitude e pensamento diferentes diante de tudo. Nossa atitude interior pode não mudar o mundo fora de nós, mas muda-nos por dentro, muda a nós mesmos. E, transformando nossos pensamentos, promovemos saúde emocional. Embora não mude o mundo, o mundo muda para nós.

Um pensamento que é transformador diz respeito à fé. É preciso crer! Crer na mudança, crer na vida, principalmente, crer em Deus. Crer é confiar, acreditar, descansar, esperar resultados. Mas, crer também transmite a ideia de ser persuadido totalmente a viver com esperança. Do ponto de vista de Deus, a fé é indispensável. Acreditar, esperançar, confiar nele é o que fará toda a diferença.

Quando olhamos para as pessoas que transformaram o mundo, logo iremos perceber que tais pessoas carregavam um ‘ideal’ forte. Eram pessoas resistentes, visionárias, cheias de fé. Acreditavam em Deus e na mudança. Contudo, a biografia dessas pessoas pode revelar um lado pouco conhecido. Tais pessoas eram também sensíveis aos acontecimentos de seu tempo, e incrivelmente ‘fracas’. Na realidade, a força da maioria dos personagens que admiramos na história (principalmente na Bíblia), estava no reconhecimento de sua fraqueza. 

“A força é resultante da fraqueza”.

Nosso imaginário de um vencedor é de uma pessoa competente, que sabe o que faz, que caminha com segurança. Misturamos a isso a ideia de que são pessoas imunes aos sentimentos humanos, cheias de virtudes. Nunca concebemos a ideia de fraqueza. Determinamos assim: ‘Um vencedor deve ser forte’. Porém, isso é o que diz o nosso imaginário. Não os fatos. O segredo das pessoas que admiramos está na fraqueza. Em especial, naqueles heróis que encontramos na Bíblia.

Acompanhe comigo algumas situações: Moisés não se sentia preparado para livrar o povo de Israel do Egito; heróis nacionais sentiram-se inseguros para o enfrentamento, como: Josué e Gideão. O grande patriarca do povo hebreu, Jacó, sentiu medo do irmão, quando este vinha ao seu encontro. O apóstolo Pedro não foi capaz de enfrentar seu medo diante do cenário que se construiu na prisão de Jesus. O apóstolo Paulo (tão admirado no cristianismo), falou abertamente sobre sua fraqueza, e chegou a afirmar que ‘orou por isso’. A força desses e de outros personagens estava exatamente em sua fraqueza. 

É o que diz o apóstolo Paulo: “Para impedir que me exaltasse por causa da grandeza das revelações, foi-me dado um espinho na carne... três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim. Mas ele me disse: Minha graça te basta, pois meu poder se aperfeiçoa da fraqueza... Pois, quando estou fraco é que sou forte” (2 Coríntios 12.7-10). Isso faz sentido para você? 

O que o apóstolo está dizendo é que a fraqueza abre a oportunidade na ‘dependência’ de que Deus faça o que não posso fazer. Logo, quando estou forte, tento resolver as coisas; tento dar um jeito; acredito em minha própria força. Mas, quando estou fraco, torno-me dependente de Deus. Então, não me sentindo inseguro, clamo por ajuda; não me sentido capaz, peço por auxílio do céu. E, sendo Deus o Todo-poderoso, sua força em mim me faz um vencedor. 

Podemos traduzir isso por ‘dependência de Deus’. Podemos somar a essa dependência, a fé. Assim como Paulo, o posicionamento de buscar a Deus e crer que Ele é o socorro bem presente na angústia e tribulação, agindo apesar da fraqueza humana, torna a fragilidade humana na oportunidade de Deus realizar. Deus torna-se o responsável pelos resultados. 

“Quem assume sua fraqueza e incapacidade de mudar sua própria vida, e que somente Deus pode realizar a mudança, age por fé e sua esperança não é frustrada”.

Minha oração por você (e por mim) é que Deus possa nos conduzir à dependência consciente d’Ele. Assim, viveremos protegidos pelo poder de Deus em nós. Deus o abençoe e lhe dê fé e esperança.

 

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