A derrocada política do deputado Jaiminho

Eleitores em 2014 deram sinais de descontentamento, mandaram avisos, sinais de fumaças ao deputado Jaiminho Martins (Pros). Ele não percebeu? Sua assessoria não captou as mensagens de indignações dos eleitores?

Alguns assessores têm a estratégia de sobrevivência no emprego, que é a de não levar ao assessorado o quadro real do seu mandato na cidade quando ele está mal avaliado. Isso porque sabem que parte da culpa é deles, assessores.

Mas como Divinópolis, uma cidade que possui um jornal impresso, três canais de TV e muitas emissoras de rádio, em que as notícias são atuais e circulam diariamente, é de se supor que o deputado federal tenha tomado conhecimento da insatisfação dos eleitores em relação a seu mandato, mesmo porque, detém o controle da TV Candidés.

A derrocada política do deputado Jaiminho II

Em 2010, o deputado Jaiminho obteve em Divinópolis 47.106 votos. Já em 2014, recebeu 31.678 votos. Assim, 15.428 eleitores deixaram de votar nele. Estava evidente que havia na relação entre os eleitores divinopolitanos e o deputado federal um desalinhamento.

O que fez o deputado para mudar este quadro? Uma série de erros políticos danosos. Primeiro para tentar ampliar seu eleitorado, transferiu seu título eleitoral para Belo Horizonte, onde em 2014 recebeu apenas 1.818 votos. Medida ineficaz politicamente e que desagradou e, muito, o eleitorado de Divinópolis. Depois, para complicar mais ainda a vida política/eleitoral do deputado, Benedicto Junior, que comandou o departamento de operações estruturadas, centro de distribuição de propinas da empreiteira Odebrecht, afirmou que o deputado, cuja alcunha era Asfalto, teria recebido R$ 50 mil em caixa dois da empresa para votar projetos de interesse da empreiteira.

Em nota, desmentiu Benedicto, disse que nosso país vive um momento delicado politicamente e lamentou o que classificou como “onda de denuncismos”. Mas, isso não apagou nem diminuiu seu desgaste político.

A derrocada política do deputado Jaiminho III

Se não bastassem todos esses erros políticos, na primeira votação do relatório da Comissão de Justiça de autoria do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que recomendava a rejeição da denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) por crime de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (MDB), Jaiminho votou a favor do arquivamento da denúncia.  Essa posição do deputado também irritou os seus eleitores divinopolitanos.

Já na sessão do dia 25/10/17, em que a Câmara Federal votou e decidiu pela 2ª vez não autorizar que o presidente Temer, fosse processado, diante da denúncia da Procuradoria-Geral da República por organização criminosa e obstrução da justiça, Jaiminho votou favoravelmente. Assim, na 1ª votação o deputado desagradou seu eleitorado e na 2ª desagradou Temer, com reflexo negativo futuro na relação com o presidente da República.

A derrocada política do deputado Jaiminho IIII

A decisão de Jaiminho Martins de votar para que Temer & Cia fossem investigados por crime de corrupção passiva talvez explique a última ação nefasta de seu mandato.

Em novembro de 2017, o deputado prometeu liberar R$ 2 milhões para custeio da UPA de Divinópolis. E até hoje, 28, (ontem) a verba não chegou à unidade de pronto atendimento. (Culpa do Temer?)

Posteriormente, veio uma sucessão de notícias desencontradas dentro da atual campanha eleitoral: Jaiminho a princípio se colocou como candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Márcio Lacerda, que não se concretizou. Em seguida, colocou-se como possível candidato a governador, a senador até a decisão final, quando declarou que não será candidato ao senado pelo PSD. Que deve significar que Jaiminho Martins este ano não vai disputar um cargo eletivo, já que para deputado federal ele já está apoiando seu filho Bruce Martins.

Errata: na coluna do dia 24 escrevi  “ debate entre candidatos a deputados na Acid” Não foi na Acid e sim na CDL

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