A culpa é de quem?

Preto no Branco

Primeiro que ficar procurando culpados já no momento em que a coisa está um caos é burrice. Como não se fez praticamente nada para evitar o pior, o negócio é procurar solução e não apontar o dedo em qualquer direção. Mas, na contramão de tudo e todos, o chefe da nação vem afirmando com ênfase que a culpa da situação econômica do país é de estados e municípios  com os decretos restritivos. Fácil demais, né?! Ou foi a "gripezinha" sem importância – que, se não fosse o isolamento social, poderia ter matado, em vez de 200 mil brasileiros, o dobro disso? Para esta resposta, valem duas máximas: “Quem fala muito, dá bom dia cavalo” e “Apontar culpados é a saída de quem não deu conta de resolver a situação”.   

Tinha endereço 

A crítica de Jair Bolsonaro (sem partido) não foi uma indireta ao prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), mas sim uma direta. O comentário foi na última segunda-feira, em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada. E a resposta não demorou, visto que se o presidente não tem “papas na língua”, Kalil é do mesmo jeito. A diferença é apenas o QI e o pulso firme. "E sou culpado mesmo, porque eu fui obrigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pegar essa bucha, porque os governos não tiveram coragem de pegar”, disse Kalil ao ser questionado sobre o assunto. O fato é: quem dá conta do recado dá, quem não consegue apenas assiste! 

É fake

Conversas de grupos de WhatsApp na terça e ontem dão conta de que o prefeito Gleidson Azevedo (PSC) anunciará, amanhã, restrições severas na cidade para tentar conter o avanço do coronavírus. E, desta vez, segundo os comentários por, no mínimo, 15 dias. Seguindo os critérios da onda vermelha, apenas os serviços essenciais funcionariam neste período, como ocorreu na semana passada. A coluna perguntou ao prefeito se havia veracidade ou se era notícia falsa. Ele foi enfático em afirmar que é fake news. Afirmou ser conversa fiada de politiqueiros de plantão que não fazem outra coisa, a não ser “encher o saco”. Nisso eu concordo, é o que mais tem aqui. Sem falar dos falsos, dá para arrastar de rodo. No entanto, somente hoje será possível saber de fato se fecha de novo, quando sai o resultado da microrregião. Enquanto isso, fé e pensamento positivo. 

Ações nas ruas 

E se a decisão for mesmo de fechar, infelizmente, motivos para isso não faltam. Os casos não param de crescer e as mortes em janeiro, a seguir neste ritmo, vão superar dezembro, com 22, mês até então com maior registro. Janeiro não chegou nem à metade e 16 pessoas já morreram. Numa tentativa de evitar que isso aconteça, voluntários estão nas ruas, desde segunda-feira, promovendo ações de conscientização no comércio, nas empresas e junto aos consumidores. Eles visitam diversos segmentos do comércio e agências bancárias, reforçando a orientação aos clientes quanto ao distanciamento, uso de máscaras e do álcool. Todos os voluntários foram treinados pela Vigilância Sanitária na sede da Acid, antes de irem para as ruas. São identificados por colete impresso “Amigos do Comércio”, patrocinado pelo Grupo Gestor. Sem dúvida, iniciativa louvável, em um momento em que todos precisam de todos, e só assim se conseguirá superar o que a cada dia parece insuperável. 

Não conscientiza 

O mais triste de todo o contexto é a população continuar achando que está tudo normal. Muita gente nas ruas, boa parte sem máscara. Provavelmente ainda não tiveram alguém próximo contaminado ou perderam pessoas próximas. Mais triste ainda porque escancaram que não têm um pingo de amor ao próximo. Não é à toa que o mundo vive situação caótica em todos os sentidos. O por que desta falta de empatia? Nem Freud.  

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