A conta vem

A conta vem 

Os brasileiros voltam a assistir o aumento incontrolável do número de casos de covid-19. Assim como no ano passado, não só o número de internações voltou a subir, mas também o índice de contágio. Além disso, há ainda as variantes da doença, que nada mais são do que o reflexo do comportamento da população. Isso nada mais é do que a Terceira Lei de Newton: ação e reação. Como o mundo atravessa por um momento obscuro, em que cada dia mais pessoas tendem a negar a ciência e confundir fato com opinião, em um crescente – e desesperador – movimento negacionista, era óbvio que uma hora a conta viria. A única diferença deste início de ano para o começo de 2021, quando os hospitais lotaram e milhares de pessoas morreram por causa da covid-19, é que a vacina trouxe o resultado esperado: diminuir as chances de os vacinados evoluírem para casos mais graves. E é justamente isso que evitou que o Brasil passasse por aquele caos mais uma vez.

Mas, diante deste cenário, é importante ressaltar que, apesar de a vacinação ser o que está impedindo o país de entrar em um caos absoluto, tudo é possível daqui para frente e tudo depende apenas da população. Chegar a este ponto, em que, apesar de o número de contágio e internações estarem em alta e o de óbitos se manter estável, ainda é impossível falar ou imaginar viver como se o coronavírus não existisse mais, e não pensar que, sim, um possível caos pode ser vivido mais uma vez. De um lado, o mundo tem profissionais da saúde que estão trabalhando incansavelmente desde março de 2020, cientistas, estudiosos, governantes e diversas autoridades sanitárias em busca do fim da pandemia, e do outro tem-se boa parte da população vivendo como se a covid-19 não existisse mais, fazendo com que o mundo “ande em círculos". 

A situação continuará da forma que está por um bom tempo se o povo não entender que vacina tem que vir junto com uso de máscara, com uso de álcool em gel e as demais medidas divulgadas inúmeras vezes pelos órgãos públicos. Hoje, os brasileiros estão em um momento crucial, no qual só há dois caminhos. O primeiro é o da responsabilidade. Caso queiram sonhar, almejar voltar a vida como era antes da pandemia, então todas as medidas de prevenção, incluindo a imunização com as três doses da vacina, deverão ser adotadas. Caso queiram continuar a viver como se tudo já tivesse sido “resolvido”, é o caos na certa. É justamente nesta hora, neste momento, com esta escolha, que a conta virá, e não será “barata”. Tudo como manda a lei da ação e reação. É tudo uma questão de escolha. Achar que a onda verde do programa Minas Consciente significa “viver a vida como se não houvesse pandemia”, sem sombra de dúvidas é uma péssima decisão. Achar que, apesar de o número de óbitos estar sob controle e que então é possível viver como se nada estivesse acontecendo, é uma péssima escolha. 

A pandemia não acabou. E, para que a humanidade não “ande em círculos”, é preciso união, um esforço coletivo, é necessário que todos estejam unidos na mesma direção. Caso contrário, a conta vem, ô, se vem.

 

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