‘O que trazes pra mim?’

Israel  Leocádio

Olá! Como vai? Como deve ser seu domingo de páscoa? Espero que seja com saúde! Aliás, é a saúde o que mais temos desejado, não é mesmo? De  modo geral, não é exatamente o que desejamos na páscoa. Desejamos saúde no início de ano. É quase uma frase decorada. Dizemos: “muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender!” Parece que a frase mágica de Ano Novo perdeu seu encantamento!

O que dizer da frase da páscoa? Ela é bem sugestiva! A canção da páscoa (comercial) diz: “coelhinho da páscoa, o que trazes pra mim?” É uma canção que alimenta o imaginário infantil. A canção sugere que o ‘coelho imaginário’ traga ovos de chocolate. E, é o que as crianças aguardam. Vale a pena dizer: Nada contra o chocolate. Gosto muito! Porém, preciso dizer também: tenho muito contra o coelho da fictícia páscoa comercial! Ele é um símbolo de nosso total desprezo e descaso com o que é importante e sério.

Nossas frases de Emília (como ‘pirlimpimpim’) não funcionam, porque são vazias de realidade e símbolos de descrédito aos valores espirituais mais nobres. O ‘muito dinheiro no bolso’ não compra saúde. Nem tampouco, saúde pode ser doada diante da situação que vivemos. Nem vendida. A vida depende de Deus. Aquele a quem a humanidade insiste em não buscar ajuda. Como disse o apóstolo Paulo: “Não há ninguém que entenda, não há quem busque a Deus” (Romanos 3.11).

O que dizer daquilo que fizemos com a páscoa? Trocamos o Cordeiro de Deus, que pode tirar o pecado do mundo (João 1.29), que pode sarar nossa terra, por um coelho que pode nos dar ovos de chocolate?! Ainda pergunto: O que pode trazer o coelho da páscoa? Será que o lúdico coelhinho pode resolver nossos problemas reais?

Enquanto colocamos ‘marquinhas de passos de coelho no chão’, para que os filhos sigam o rastro e encontrem ovos de chocolate, deixamos de lhes ensinar os rastros dos passos de Jesus, que podem levá-los até Deus. Então, temos uma sociedade que se aproxima do ‘coelho’ e se enche de chocolate; e se esquece do Filho de Deus. Qual o problema? Lembre-se de fazer essa pergunta na hora da dor!

A páscoa não é chocolate! Tampouco é fraternidade e igualdade! A páscoa é a memória de nossa culpa e dos pecados que foram colocados sobre o Filho de Deus, que padeceu, derramou seu sangue, assumiu a nossa culpa e morreu a nossa morte. A páscoa é a memória do cordeiro substituto (como figura no Egito ou na oferta de Isaque). A humanidade se nega a lembrar a dor do Cristo, negando-lhe a honra que lhe é devida. A humanidade prefere sua própria visão da verdade. Assim, trocamos tudo: O Cordeiro de Deus por um coelho; o aniversário de Jesus pelo Noel; a gratidão a Deus por um ano novo, por sete pulinhos no mar. Trocamos a verdade pelo engano e o certo pelo duvidoso. Depois, perguntamos: Onde Deus está? Por que não faz alguma coisa? Ou, com a arrogância comum ao homem, afirmamos: ‘Se Deus existisse, não veríamos tantos males!’ Eu me pergunto se um povo que lembra do Noel no lugar do Cristo; que se lembra de dar ‘pulinhos no mar’ em lugar de orar a Deus; que se lembra do coelho da páscoa (que dá chocolate), em lugar de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus (que oferece a vida eterna) pode questionar a ausência de Deus!

Quem sabe, diante desse caos, os mais empolgados defensores da ‘páscoa comercial’ possam dar a resposta para a pergunta: Coelhinho da páscoa, o que trazes pra mim?

Sei que nada pode um símbolo imaginário. Mas, o Cordeiro de Deus ainda aguarda essa pergunta feita com fé. Experimente pedir a Ele!

[email protected]

Comentários