Índice de crimes violentos é o menor em 7 anos em MG

 

Gisele Souto

Thaylor Araújo Pereira, 18 anos, é a vítima do 33º homicídio registrado em Divinópolis em 2018. Exatamente a mesma quantidade registrada no mesmo período do ano passado. Os números são da Polícia Civil (PC). Resultado que não é nada positivo, tendo em vista que 2017 foi o ano que registrou a maior quantidade de assassinatos na história da cidade.

No ano passado, houve aumento significativo na quantidade em relação a 2016. Foram 61 contra 44, um aumento de 38,6%. O resultado preocupante fez com que as autoridades de segurança pública da cidade intensificassem ainda mais as várias medidas preventivas e repressivas na tentativa de evitar que essa modalidade criminosa tenha o mesmo patamar este ano. E os resultados mostram que a investida vem dando certo, especificamente em outros crimes, como assaltos, mas nos homicídios, a situação, por enquanto, não atingiu o resultado desejado.

Números

Estatística divulgada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) no mês passado mostra que Divinópolis e região tiveram queda no registro de crimes violentos nos cinco primeiros meses de 2018. A maior redução foi na ocorrência de roubo. Enquanto em 2017, foram contabilizados 859, em 2018 foram apenas 514, uma redução de — 40,16%.

Na região sob o comando do 7º Departamento da Polícia Civil, que abrange 50 municípios, são 3.214 no ano passado, contra 1.994 neste ano, queda de 37,9%. O resultado dos furtos praticados no período também é positivo. No acumulado de janeiro a maio, em relação ao ano passado, Divinópolis teve uma queda de 1,49%, ou seja, 1.867 em 2017 contra 1.839 em 2018. Nas 50 cidades, foram 8.574 no ano passado e 7.375 neste ano, redução de 13,98%.

Em relação aos assassinatos, houve um aumento de 8,33%. Foram registrados na cidade, até maio deste ano, 26 contra 24 do mesmo período de 2017. No entanto, como a estatística é até maio, os de junho e julho não entraram na conta, sendo então, até agora, 33. Já na região, a redução chegou a 42,51% no período.

Sobre a não redução dos assassinatos, a Polícia Civil informou que os crimes estão sendo apurados, incluindo o registrado no domingo. Disse também que alguns estão em fase final de investigação. A PC revelou também que, em relação aos assassinatos, a maioria está ligada ao tráfico de drogas, geralmente por disputas. Conta também que as armas de fogo são as mais utilizadas nas execuções.

A Polícia Militar (PM) divide a mesma opinião. Acrescenta que a maior parte está relacionada a práticas criminosas violentas, entre elas o tráfico de drogas, especialmente a disputa de pontos. Informou também que neste tipo de crime é difícil de se prevenir, tendo em vista que existem as ameaças entre os rivais, mas a PM, obviamente, não é avisada. Finalizou afirmando que, nas outras modalidades de crimes em que houve redução, existe acompanhamento por meio de denúncias e ocorrências, assim torna-se mais fácil reprimir.

Homicídio de domingo

O assassinato de Thaylor Araújo Pereira, no domingo, comprova as explicações das polícias. Segundo a PM, apesar de ter apenas 18 anos, ele acumulava passagens por roubos, homicídio, foragido da justiça, ameaças, dano, consumo e tráfico de drogas. O corpo do jovem foi encontrado numa estrada próximo ao antigo lixão. Havia vários estojos (cápsulas de arma de fogo) perto do cadáver.

Menor taxa em Minas

Minas Gerais alcançou a menor taxa de homicídios dos últimos 7 anos (18,1 crimes para cada 100 mil habitantes) e Belo Horizonte, a menor taxa dos últimos 17 anos (20,7). Os dados são do Governo do Estado, divulgados na manhã de sexta-feira, 6.

Com os roubos, o resultado não foi diferente. Segundo os números, depois de seis anos seguidos de aumento, a curva de crescimento foi revertida. Em janeiro de 2015, foram registrados 8.509 roubos no estado. Em maio deste ano, último mês contabilizado pelo Observatório de Segurança Pública da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), foram 5.833. Menos 2.676 registros de roubos por mês – uma redução mensal de 31,4%.

O balanço de todo o sistema de Segurança Pública foi apresentado pelas polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e Secretarias de Estado de Segurança Pública (Sesp) e de Administração Prisional (Seap). A apresentação mostrou um pouco do que foi desenvolvido nos últimos três anos e meio para se chegar a estes resultados.

Fatores

Durante o balanço, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Helbert Figueiró de Lourdes, falou da ampliação do projeto de bases comunitárias para o interior do estado, destacando que essa ação “trouxe melhores índices e mais sensação de segurança para os mineiros”.

O delegado-geral da PC, João Octacílio Neto, disse que a reforma e a implantação de mais de 60 delegacias contribuíram para o resultado. Revelou ainda que, enquanto a média nacional de apuração de homicídios varia de 8% a 10%, em Minas o índice médio nos últimos três anos foi de 43% de apuração e que, dos inquéritos relatados, 86% tiveram indiciamento.

O chefe do Estado Maior dos Bombeiros, coronel Edgard Estevo, destacou a importância do lançamento do Sistema Infoscip, que faz a gestão de projetos contra incêndio e pânico no Estado.

— A diminuição do tempo de análise foi enorme. O tempo médio chegou a ser de três dias com o novo sistema sendo que em datas anteriores era de 45 dias — informou.

 

 

 

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