Desejo de mudança?

Dizem por aí que 2020 será um ano de reviravoltas, transformações e também justiça. Isso porque o ano será regido por Xangô, que é conhecido por castigar os ladrões e malfeitores. Este fato pode não ser de conhecimento de muitos, mas se tem algo que é mais do que conhecido por todos, e também esperado, são as eleições municipais. O ano eleitoral chegou e a sensação que temos é que, quando se trata de eleição municipal, a situação piora, fica mais acirrada e automaticamente mais desgastante. Qualquer coisa é motivo para o candidato ir às ruas, falar mal do prefeito, gravar vídeo, mostrar sua “revolta”. Mas, neste sentido, pontuando tudo o que acontece, os atuais vereadores parecem estar em campanha desde 2017, quando assumiram a atual legislatura.

A impressão que se tem é que, há dois anos, os parlamentares estão em franca campanha para se reeleger. Boa parte se comportou exatamente assim: procuraram motivos (mínimos), alguns até duvidosos, foram às ruas, falaram mal do prefeito gravaram vídeo, fizeram seus discursos, e mostraram sua “revolta” contra o sistema, do qual eles fazem parte, apesar de fingirem desconhecer. A novela que mais teve destaque na cidade em 2017 foi a revisão da Planta de Valores do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Já em 2018, foi a crise financeira da Prefeitura, que, em parte, foi causada pelo confisco feito pelo Governo do Estado. Cobravam determinadas atitudes do Executivo, que nem mesmo as prefeituras que estavam “segurando as pontas” tinham como tomar. E haja assunto e denúncias, impossíveis de serem pontuadas aqui. Já no apagar das luzes de 2019, a novela que teve destaque foi a do Camelódromo.

A retirada dos vendedores do quarteirão fechado da rua São Paulo rendeu bons palanques políticos e enganou um bocado de gente. A verdade é que, como diz o ditado, “nem tudo que reluz é ouro”. Pois então, a situação do Camelódromo já se arrastava há anos, mas ninguém tinha coragem de tomar uma atitude. Segundo especulações, o Ministério Público (MP) “encostou a faca no pescoço” do prefeito e determinou que ele resolvesse a situação, obrando poucas opções para Galileu. Restou ao chefe do Executivo enfrentar o problema de frente, custasse o que fosse. Assim foi feito. Mas o que muita gente não viu por trás dos discursos “revoltados” é que a maioria se dizia a favor da retirada, porém não iria assumir, afinal, caso a postura se tornasse pública, prejudicaria uma possível reeleição. No fim, apenas dois parlamentares foram honestos com o seu eleitorado e defenderam desde o início a retirada dos vendedores do local.

E, depois de muitas brigas, muito desentendimento, mais uma novela enfim acabou. Agora resta apenas o desejo de que o povo consiga enxergar que, para os políticos, ele não passa de votos contados nas urnas e que nem sempre ouvir aquilo que se quer significa que é o melhor. Pelo menos, muitos já percebem que os políticos pensam mais nos seus interesses do que nas necessidades da população: pesquisa mostra que 94% afirmam que os seus representantes estão mais preocupados em se manter no poder do que governar, e 89% acreditam que eles não pensam na população para tomar decisões. Enfim, uma esperança de mudança.

Como em Divinópolis é lei, uma novela vai, outra vem, agora é só sentar e esperar a próxima, mas com o desejo de mudança. Mas não a mudança nos políticos, e sim no povo!

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