À beira do caminho

Israel Leocádio 

Olá! Como você está? Talvez eu deva perguntar onde você está hoje? Digo que esta seja a pergunta certa a ser feita, porque podemos estar em lugares diferentes, estando em um só lugar geográfico. Podemos estar em uma festa e nossos pensamentos em lugar bem diferente daquele que nos encontramos. Então, repito a pergunta: onde você está? Onde você está lhe faz bem? Deixa-o confortável? Feliz?

Como disse: podemos estar em lugares diferentes. E isso merece uma reflexão! Nessa variável emocional eu posso estar em uma situação positiva passageira ou posso estar em situação negativa. Posso estar em uma linda festa, em um parque, me divertindo. Contudo, posso estar na variável negativa, como: estar em uma sarjeta emocional, em abatimento de alma, como quem está à beira do caminho sem quaisquer perspectivas. 

Na realidade, temos uma lista infinita de palavras para definir esse estado de alma, como “estar na lama”, e, hoje, chamo sua atenção para “estou jogado em um caminho qualquer, sem rumo”. Desejo falar um pouco mais sobre isso. Para tal, usarei duas passagens bíblicas, como base.

A situação de “estar à beira do caminho” transmite a ideia de estar sem rumo, sem direção definida. Como foi com o patriarca Jacó. Depois de uma série de iniciativas e decisões que implicaram em um risco à sua própria vida, ele decidiu sair. Essa fuga o levou à experiência de que falamos. A Bíblia diz o seguinte sobre esse episódio: “Tendo chegado a certo lugar, ali passou a noite...” (Gênesis 28.11). O termo “certo lugar” não apontava para “o lugar certo”, antes, para o lugar incerto. Jacó chegou a um lugar desconhecido. Estava perdido! Sem rumo!

Esses lugares são terríveis! Causam mal e insegurança. O texto continua dizendo: “...pois já era tarde; tomou uma das pedras do lugar, e fê-la de seu travesseiro e se deitou ali mesmo para dormir”. Pense: como alguém dorme bem tendo como travesseiro uma pedra? Pois é exatamente esta a mensagem aqui. Na beira do caminho, dormimos em travesseiros de pedra. Perdemos o sono. Perdemos os sonhos! Não é confortável estar em um caminho qualquer, perdido. É como se fôssemos cegos. Como se perdêssemos a capacidade de ver as coisas, o futuro.

Pois é exatamente este meu segundo exemplo. A história se passa nos dias de Jesus. No caminho da cidade de Jericó, um homem, conhecido apenas como “Filho de Timeu”, mendigava à beira do caminho (Lucas 18.35). Este era cego. Quem está à beira do caminho mendiga. Não só o pão de cada dia, mas mendiga atenção, mendiga interesse por seu estado, mendiga empatia. 

Agora, preste atenção! Tanto no caso de Jacó como no do cego em Jericó, alguém passava pelo caminho. Alguém com a capacidade de ter empatia, de se preocupar. E, ainda, reunia condições para resolver problemas. No “caminho qualquer” de Jacó, passava o próprio Deus. No caminho da necessidade do “Filho de Timeu” passava Jesus. Nos dois casos, a história sofreu forte transformação. O lugar desconhecido de Jacó foi descoberto: chamava-se “Luz”. Na escuridão do cego de Jericó, a visão foi restaurada. Em ambos os casos, por serem achados à beira do caminho por Deus, eles conseguiram voltar a ver e sonhar.

Quero dizer a você que o Senhor Deus ainda anda buscando os perdidos à beira do caminho! Ele veio para os que estão perdidos (Lucas 19.10). Ele veio devolver a visão ao que perdeu a visão (Lucas 4.18). 

Então, a palavra de hoje é de ESPERANÇA. Tenha uma coisa em seu coração: Deus está passando no caminho em que nos perdemos. Ele passa porque sabe que há alguém perdido que necessita de sua ajuda. Ele passa porque sua maior missão é o amor.

Entretanto, algo cabe a mim e a você fazer: não deixar que ele passe sem que nos veja! O cego de Jericó gritou até ser percebido por Jesus. Jacó orou e fez aliança com Deus.

Se você se acha à beira do caminho, deseja sair dele e reencontrar sua vida e a você mesmo, grite por Ele. Certamente, Ele o ouvirá e livrará dessa condição. Deus disse: “Clama e mim, e responder-te-ei”. 

Ainda bem que o Senhor caminha por caminhos que muitos temem: o caminho do “vale da sombra da morte”. Porque, assim, ele achará a muitos.

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